As más condições estruturais do IML do Recife é um dos motes da paralisação da Polícia Civil, nesta quarta-feira (8), que deve contar com adesão dos peritos do órgão. Um ato está marcado para as 9h30, em frente ao IML e a orientação é para que funcionem apenas serviços de flagrante e levantamento em local de homicídio em todo o Estado. Contudo, a Justiça acatou pedido do governo e determinou que o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) suspenda a paralisação, sob pena de multa de R$ 30 mil.
A decisão foi do desembargador José Fernandes de Lemos, atendendo petição da Procuradoria-Geral do Estado de Pernambuco. Alega que o Sinpol descumpre liminar do mesmo desembargador que, em 10 de junho, determinou a suspensão da greve dos policiais civis iniciada dia 9.
A direção do sindicato não foi localizada pelo JC após a notificação. Antes, o presidente da entidade, Áureo Cisneyros, disse que a paralisação começaria a zero hora, com agentes, comissários, escrivães, peritos e delegados. “O Estado faz ouvido de mercador. Em paralisação anterior, funcionários do IML suspenderam o ato porque a direção se comprometeu a fazer melhorias que não ocorreram. O local enfrentou curto-circuito e duas panes elétricas, os servidores e a população correm risco de contaminação.”
A gerente-geral de Polícia Científica, Sandra Santos, reconheceu os problemas estruturais e disse que uma reforma será feita ainda este ano. “Quanto à paralisação desta quarta, vi declarações do presidente do Sinpol de que não haveria retenção de corpos. Espero que não levem mais esse sofrimento à população.”
Os policiais reivindicam isonomia da gratificação com os delegados (de 100% para 225% sobre o salário), revisão do Plano de Cargos e Carreiras e convocação dos aprovados em concurso de 2009.
Também está marcado para esta quarta protesto dos policiais militares para cobrar ao Estado melhores condições de trabalho e pedir que o governo se posicione sobre a pauta de reivindicações. Segundo a Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco uma passeata sairá às 15h, do Parque 13 de Maio em direção ao Palácio do Campo das Princesas.
Na noite desta terça-feira, representantes da categoria se reuniram com membros da Secretaria de Administração. Até as 21h30, não houve retorno sobre as negociações.
Em nota, o Sinpol informou que vai recorrer da decisão da Justiça. Leia na íntegra abaixo:
"O Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco) discorda da decisão do TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) de decretar suspensão da Mobilização de 24 horas que será promovida por todos os policiais civis do Estado. O Sindicato informa que vai continuar na luta por melhorias na Segurança Pública. O Sinpol vai recorrer da decisão. Nesta quarta-feira, 8 de julho, às 9h30, está confirmado o Ato pela Segurança Pública, em frente ao IML (Instituto de Medicina Legal)."