Os policiais civis de Pernambuco, em assembleia realizada na noite desta terça-feira (29) na sede do sindicato que representa a categoria, rejeitaram parcialmente a proposta do governo do Estado para as suas reivindicações. A principal deliberação da reunião, da qual participaram cerca de 500 policiais, foi a concessão de R$ 300 de auxílio-transporte para todos os profissionais da ativa. O ponto foi reprovado pela maioria dos presentes.
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As demais ofertas do governo foram todas aprovadas pelos policiais, entre elas a devolução dos valores descontados dos salários dos profissionais quando eles realizaram paralisações, a elaboração da lei orgânica da categoria e a criação de um grupo de trabalho para a reformulação do seu Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
“A categoria rejeitou a proposta financeira do Estado, que só contempla quem está na ativa. O governo não pode tratar a Polícia Civil de maneira desigual. Os delegados conquistaram aumentos de 8,16%, mas para os demais policiais civis oferecem esse auxílio-transporte, sem sequer um reajuste salarial de, no mínimo, a inflação”, comentou Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol-PE.
Mesmo contando com o apoio da maioria da base, a presidência do Sinpol-PE recebeu duras críticas durante a assembleia. Em um momento mais acalorado da reunião, um dos participantes disse que Cisneiros “foi feito de ridículo pelo governo”, referindo-se ao fato do presidente do sindicato ter levado a proposta, considerada por ele aviltante, à votação.
Cisneiros, por sua vez, respondeu dizendo que todas as propostas apresentadas serão sim levadas aos profissionais para que eles mesmos decidam se as aceitam ou não.
O próximo ato dos policiais será segunda-feira (5), quando devem reunir-se às 16h na frente da sede do sindicato, situado no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, e seguir em caminhada até o Palácio do Campo das Princesas para entregar formalmente ao governo o resultado da assembleia de ontem.
No decorrer deste imbróglio entre policiais civis e governo, várias paralisações foram realizadas nas delegacias e unidades do Instituto de Medicina Legal (IML), foi deflagrada a Operação Polícia Cidadã (uma espécie de operação padrão) em todo o Estado e diversos profissionais abriram mão de participar do Programa de Jornada Extraordinária (PJES).