"Parece que minha vida estacionou naquele 10 de dezembro, eu não consigo nem mesmo voltar para minha casa, quase não durmo, minhas noites são refletido sobre o por que fizeram isso com a minha filha", diz emocionado Sandro Romilton Ferreira da Silva, pai de Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, assassinada em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, no dia 10 de dezembro de 2015. Após quase três meses, o crime continua sem resposta.
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Trabalhando como professor de inglês no colégio há 13 anos, Sandro contou que a festa desse ano era especial. "Uma das minhas filhas estava se formando no Ensino Médio. Estavam 17 pessoas da família lá", contou o professor de inglês, destacando que demorou a acreditar que a garota estava desaparecida. "Beatriz passava mais tempo naquela escola do que em casa, conhecida tudo e todos, e eu achei que ela estava brincando no parquinho".
Após cerca de 30 minutos procurando pela garota, Sandro Romilton subiu no palco para chamar pela filha e pedir ajuda na busca. Ao chegar próximo de uma sala de material esportivo desativada, na quadra onde a formatura era realizada, ele contou que encontrou vários familiares ao prantos. "Foi quando um segurança me pediu que pelo amor de deus não entrasse naquele quarto, disse que não adiantava mais, que ela já tinha ido a óbito. Foi quando eu me descontrolei e comecei a chorar. A minha família foi destruída. A gente cria um filho e chega alguém e faz isso", conta.
Na manhã dessa segunda-feira (22), a polícia divulgou o retrato falado do principal suspeito e Sandro se diz esperançoso. "A gente agora pede que as pessoas que possam ajudar liguem para o disque-denúncia", diz, pedindo também ajuda na divulgação da imagem. O Disque Denúncia aumentou de R$ 5 mil para R$ 10 mil a recompensa por informações confiáveis sobre a identidade do suspeito. “Depois da divulgação do retrato falado, as denúncias via Whatsapp estão aumentando muito”, afirma a assessoria do órgão.
"Nos confiamos plenamente na Polícia Civil, conhecemos alguns e vimos o interesse em resolver o caso, mas também vimos a falta de material e de pessoal", explicou Sandro, que encontrou a presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira e pediu que o caso seja investigado pela Polícia Federal. Dilma prometeu interceder junto ao Ministério da Justiça (MJ) para que o caso seja federalizado. O prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho (PC do B), fez um pedido formal ao MJ para que a PF assuma as investigações.
O chefe da Polícia Civil de Pernambuco discorda de uma eventual federalização do caso Beatriz. “Isso só é possível quando existe conflito ou falta de agilidade nas investigações. Não é o que está acontecendo. A polícia está empenhada e vai descobrir quem matou a garota e por que”, afirma Antônio Barros.
Ouça entrevista completa de Sandro Romilton Ferreira da Silva para o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação:
