A despedida da pequena Larissa Raquel da Silva, de 8 anos, morta na manhã de terça-feira (16) no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, foi marcada por uma grande comoção. Dezenas de pessoas da comunidade foram até o Templo Batista Nacional, onde o corpo da menina, atingida por uma bala perdida dentro da escola em que estudava, foi velado. Na segunda-feira (22), um protesto está marcado para as 9h, em frente à Escola Municipal Santo Antônio, no Alto da Bela Vista. Os manifestantes pedirão segurança e justiça.
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As homenagens foram prestadas às 14h30, na igreja, localizada no bairro Cohab. O enterro aconteceu no Cemitério do Cabo de Santo Agostinho, às 16h. Na saída do Instituto de Medicina Legal (IML), a mãe da garota, Sheila Gouveia, voltou a pedir justiça e criticar a violência no Estado. “Esse Pernambuco está horrível. O Brasil está horrível. Você que tem filhos, faça o possível para estar ao lado deles”, disse aos prantos.
Segundo o primo da vítima, Márcio da Silva, a família está muito abalada, mas não deve entrar na justiça contra o Estado. “Agora é ter fé em Deus para poder seguir a vida”, afirmou.
A menina foi baleada durante uma troca de tiros entre José Vicente do Carmo, 57 anos, dono de uma padaria localizada a 100 metros da Escola Municipal Santo Antônio, e Santiago Henrique da Silva, 19, foragido da Funase que tentou assaltar o comerciante. Larissa estava na área externa da instituição, na fila da merenda, quando foi atingida na cabeça.
Socorrida e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cabo, a menina foi transferida em seguida para o Hospital da Restauração (HR), área central do Recife, onde morreu após sofrer sucessivas paradas cardíacas.
O comerciante se apresentou na delegacia da cidade. O assaltante ficou ferido e fugiu, mas foi encontrado na UPA do município e levado para o Hospital Dom Helder Câmara, onde está sob custódia da polícia.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Ermírio Azevedo, um objeto parecido com um projétil foi apreendido na escola, durante perícia na tarde de ontem. No entanto, por estar muito danificado, não é possível determinar de qual das duas armas teria saído.
O delegado aguarda laudo da perícia tanatoscópica realizada no corpo da menina, que deve esclarecer se alguma bala ficou alojada. Segundo Azevedo, os resultados devem sair em 15 dias. Até o momento, não há informações sobre porte de arma do comerciante, que pode responder por esse crime.