Condenação

Assassino de Alice Seabra é condenado a 35 anos de prisão

O homem, que era padrasto de Alice, foi condenado por sequestro, estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver

JC Online
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Publicado em 22/05/2018 às 19:50
Foto: Luisi Marques/JC Imagem
O homem, que era padrasto de Alice, foi condenado por sequestro, estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver - FOTO: Foto: Luisi Marques/JC Imagem
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Gildo da Silva Xavier, de 35 anos, foi condenado a 35 anos de prisão pelo assassinato de Maria Alice Seabra, sua enteada de 19 anos, no ano de 2015. O homem foi julgado nesta terça-feira (22) na Câmara Municipal de Itapissuma, no Grande Recife.

O pedreiro foi condenado por quatro crimes. 17 anos e seis meses pelo crime de homicídio qualificado, três anos e seis meses em razão do sequestro, 12 anos por causa do estupro e dois anos pela ocultação de cadáver. Gildo deve cumprir a pena, inicialmente em regime fechado, no Presídio de Igarassu.

O Ministério Público selecionou três testemunhas de acusação. A delegada Gleide Ângelo, que participou da investigação do crime; a mãe de Maria Alice, Maria José de Arruda; e a irmã da vítima, Maria Angélica de Amorim. Gildo não teve testemunha de defesa. O réu foi interrogado antes do intervalo para o almoço. 

Na foto, mãe e irmãs de Maria Alice. Foto: Luisi Marque/JC Imagem

O julgamento começou por volta das 8h30. Formado por sete mulheres sorteadas no início do julgamento, o Conselho de Sentença se reuniu por volta das 17h40. Uma das juradas, bastante emocionada, foi dispensada pela juíza Fernanda Vieira Medeiros, sendo substituída por outra mulher.

Delegada se emociona

Visivelmente abalada ao relembrar os detalhes do caso, a delegada Gleide Ângelo contou em seu depoimento como se deu a investigação do caso desde o momento em que a mãe da jovem Maria Alice, 19 anos, procurou a delegacia até o dia da prisão e a versão contada por Gildo naquela ocasião.

Ela lembrou ainda que o réu chegou a admitir que o desejo sexual pela enteada surgiu quando ela tinha 16 anos, num determinado momento em que estavam todos em casa e Maria Alice cruzou as pernas de forma descuidada e deixando a calcinha aparecer.

Gleide ainda reafirmou que, em depoimento gravado, Gildo confessou ter planejado o crime com pelo menos três meses de antecedência. Ela ainda fez diversas acusações contra Gildo e acabou sendo repreendida pela juíza Fernanda Vieira Medeiros, que preside a sessão. O teor das acusações da delegada rebatiam o fato de Gildo negar o estupro contra Maria Alice, mesmo tendo assumido o crime na ocasião em que foi preso.

Crueldade

"Eu senti que ele é uma pessoa má, perversa, cruel. Ele destruiu a vida de uma moça de 19 anos. Não só a de Alice, mas da mãe de Alice, da irmã de Alice... tudo para satisfazer um desejo sexual. [...] Ele não só matou, como matou com requintes de crueldade. Matou estuprando, quebrando os dentes, torando a mão, da pior forma que pode existir", disse Gleide Ângelo, emocionada, após prestar seu testemunho no julgamento.

Relembre o caso

Em junho de 2015, Maria Alice Seabra, 19 anos, havia saído de casa após conflitos com o padrasto. Ela estava morando na casa da irmã mais velha, embora preferisse dizer a Gildo que estava passando um tempo com um tio. Com a promessa de levá-la a uma entrevista de emprego, ele buscou a jovem em casa usando um carro alugado. No caminho do suposto compromisso, Gildo espancou, drogou, violentou e matou a enteada.

O corpo da jovem foi encontrado cinco dias após o sequestro, num canavial em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife. Preso, Gildo confessou os crimes alegando um "desejo sexual" pela jovem como motivo do crime. Perícias realizadas pelo Instituto Médico Legal (IML) comprovaram que a mão esquerda de Maria Alice Seabra foi decepada pelo padrasto com o auxílio de um instrumento contundente pesado, como um machado ou facão.

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