Em 24 horas, da quinta-feira (7) para esta sexta-feira (8), subiu de 108 para 190 a quantidade de pessoas que alegam terem sido furadas por seringas durante o Carnaval 2019. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), deste total, após triagem no Hospital Correia Picanço, onde estão sendo recebidos pacientes deste caso, 140 foram indicados para iniciarem o tratamento de prevenção contra a infecção pelo HIV.
Por meio de nota, a SES relata que todos foram liberados após avaliação médica, e orientados para fazer o uso da medicação profilática diariamente. Os pacientes devem retornar à unidade de saúde após 30 dias.
"Os demais ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação), ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início do tratamento", complementa a secretaria. Eles serão acompanhados, de forma rotineira, no Hospital Correia Picanço, para monitorar possíveis infecções.
Apesar da grande procura ao tratamento, especialistas afirmam que o risco de contrair a doença por meio de agulhas infectadas é considerado baixo, em média 0,3%.
Por conta do número de foliões que suspeitam terem sido vítimas das agulhadas, o Hospital precisou ser reabastecido com testes rápidos, e também, recebeu mais medicações profiláticas.
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Caso de polícia
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Para agilizar os registros de ocorrências, a corporação instalou uma unidade móvel no Correia Picanço para acolher o público e fazer os boletins. A SES e o Hospital reforçam que estão dando toda a colaboração para as investigações.
O crime de expor a vida de outras pessoas a risco por transmissão de doença grave é previsto no artigo 131 do Código Penal Brasileiro. A pena é de reclusão em regime fechado, de até quatro anos.
Retrato falado do suspeito
Na manhã desta sexta-feira (8), a Polícia divulgou o retrato falado de um homem suspeito de praticar o crime. Os traços foram feitos após o depoimento das vítimas.