Muito emocionado com a morte da sobrinha, o tio de Ellen Vitória Ferreira da Silva, que tinha 10 anos e foi atingida por um tiro na cabeça nesse domingo (26), em Charnequinha, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer a liberação do corpo da menina. No local, ele contou como a criança foi morta.
“Fui colocar o carro na garagem, ela me acompanhou e a minha mãe também. De repente veio uns homens atirando e a bala pegou na cabeça dela”, declarou em tom de tristeza.
O tio da criança, que não quis se identificar, também contou que a criança não teve como se proteger dos disparos. “Ela não teve nem como se proteger, porque foi muito rápido. Com a rajada de balas eu corri abaixado e nem cheguei a ver ela ao lado do carro”, disse.
Antes de liberar o corpo, o homem teve que prestar um boletim de ocorrência na delegacia de Santo Amaro. De acordo com ele, Ellen foi deixada na casa da família quando ainda era uma recém nascida e nunca se soube do paradeiro da mãe biológica.
De acordo com o Instituto de Criminalística, que esteve no local, a menina foi vítima de bala perdida. A criança será velada na funerária Safra, que fica na PE-60, no Cabo de Santo Agostinho. O enterro será às 16h, desta segunda-feira (27) no cemitério da cidade.
Entenda o caso
Ellen Vitória Ferreira da Silva, de 10 anos, foi atingida por um tiro na cabeça no domingo. O crime aconteceu por volta das onze e meia da manhã na comunidade conhecida como Rua da Linha, localizada em Charnequinha, no Cabo de Santo Agostinho.
De acordo com a polícia, o local é dominado pelo tráfico de drogas. Os moradores do local estão assustados com a tragédia.
“Eu vi ela nascer e crescer até agora. A bichinha inocente. Eu sinto muito por ela... A menina alegre. Cheia de vida. Vem o demônio, atira e a gente não pode fazer nada”, falou uma vizinha que não quis se identificar.
Tiroteios
Moradores do local contaram que desde a sexta-feira (24) vários tiroteios têm ocorrido na região. Na região, há marcas de balas nas janelas, paredes e muros. Poucos moradores se atrevem a falar sobre a situação.
“Muita gente já está querendo sair daqui. Muitos até já foram. Com uma guerra dessa. Como pode? A gente vai morrer como essa menina morreu aí? Quem vai ficar?”, concluiu a vizinha.