Dieta do coração

Integrais e vegetais para ter mais saúde

Enquanto não é lançada a dieta cardioprotetora, muitos derem a alimentos naturais

Veronica Almeida
Cadastrado por
Veronica Almeida
Publicado em 30/08/2014 às 7:29
Leitura:

O escritor Edvaldo Arlégo, 75 anos, é adepto da alimentação integral e vegetariana. Trata-se, segundo ele, de um apoio fundamental no controle da sua pressão. No passado, aderiu à alimentação macrobiótica no local de trabalho, tempo em que batizou o almoço convencional de “microbiótico”, por causa dos efeitos nocivos da gordura, do sal e do açúcar. Como ele, pernambucanos estão resistindo à tentação da calórica e saborosa comida nordestina para ter mais saúde. Por convicção ou necessidade.

“Quando aderi à macrobiótica, observei que o meu grupo adoecia menos do que outros colegas de trabalho, que preferiam a comida tradicional”, conta. A auditora fiscal e produtora cultural Karina Galindo, sem problema cardiovascular, não tem dúvidas de que alimentar-se corretamente é “a verdadeira medicina preventiva”, não só para prevenir doença cardiovascular, mas todas as demais. 

“Eu sou hiperativa. Depois que retirei a carne vermelha e passei a comer integrais e vegetais, obtive calma e equilíbrio”, conta Karina, reforçando os múltiplos efeitos da dieta. A psicóloga Anamélia Mello, amiga dela, acrescenta o valor energético da comida verdadeiramente nutritiva e saudável. Cada uma, no entanto, incorporou o novo hábito a partir de estímulos diferentes. Kátia foi apresentada à alimentação vegetariana por uma amiga. Anamélia descobriu as propriedades curativas das frutas, verduras e sementes a partir da leitura de um livro. Testou receitas em casa e não desistiu mais da nova forma de se nutrir.

A cozinheira e comerciante Maria José Santos, conhecida no Vasco da Gama, Zona Norte do Recife, pelo sabor dos pratos nordestinos que prepara, como galinha à cabidela, tem preferido, ultimamente, refeições mais leves, como legumes e carne magra. Aos 38 anos, diz estar acima do peso e sentir palpitações. “Abusei de refrigerante, coxinhas e pastéis. Agora quero entrar na forma”, diz, enquanto faz sua caminhada diária.

A dieta cardioprotetora que está sendo desenvolvida sob coordenação da equipe do Hospital do Coração, em São Paulo, com ajuda de outros centros do País, não é vegetariana, embora defenda um consumo maior de frutas, legumes e hortaliças. Os pesquisadores dividiram os alimentos em quatro grupos, representados por quatro corações de cores diferentes: verde, amarelo, azul e vermelho. Quanto mais verde (frutas e hortaliças), melhor, é a regra.

 

ALIMENTOS VIVOS

No Centro de Práticas Integrativas de Saúde Guilherme Abath, no Torreão, Zona Norte do Recife, usuários do SUS estão aprendendo não só a diminuir o teor de sal e gordura das refeições. Eles estão descobrindo o sabor e o valor de alimentos crus. Esse retorno às origens da humanidade tem aproximado idosos, maduros e jovens das vitaminas e minerais. 

“Nosso cardápio é excelente para o controle das doenças cardiovasculares. Não leva açúcar, gordura nem sal. Usamos ervas para temperar, fazemos doces de frutas sem acrescentar aditivos químicos e aprendemos a aproveitar melhor todos os alimentos crus, que chamamos vivos”, explica a nutricionista Shirley Montenegro.

Lá, as nutricionistas dão aulas teóricas e práticas sobre segurança alimentar. E as receitas vão desde o suco de clorofila, feito sem adição de água, até moqueca de caju e mousse de banana com linhaça. Os usuários são estimulados a comprar alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos, e a deixar de lado os industrializados, como presuntos e outras carnes embutidas. “Nas oficinas, vão descobrindo aos poucos o sabor dos novos alimentos e daí constatam como é prazerosa a refeição mais leve”, explica Shirley. Na sequência, vão surgindo outros resultados, como a redução de peso, maior facilidade para se movimentar, melhor ânimo e sensação de saúde.

“Estou no lugar certo. Tenho hipertensão e sou pré-diabética. Ao Guilherme Abath venho ao menos três vezes na semana e participo de várias oficinas”, conta Socorro Sanguinetti, 67, professora aposentada. Segundo ela, além do equilíbrio físico, as orientações e as práticas incorporadas na sua rotina trazem bem-estar emocional. O centro tem atividades abertas ao público em geral. Conheça o blog do serviço: https://ucisguilhermeabath.blogspot.com.br/

 

 

 

Últimas notícias