Saúde

Infectologista explica dengue, febre chikungunya e zika vírus

Sintomas semelhantes podem confundir pacientes

Do JC Online
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Publicado em 30/04/2015 às 11:32
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Sintomas semelhantes podem confundir pacientes - FOTO: Foto: Site UFBA
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Você conhece o Zika Vírus? Por ter sintomas muito parecidos, a doença pode ser facilmente confundida com dengue e febre chikungunya. Originário da África, o vírus foi detectado pela primeira vez na América Latina nesta quarta-feira (29) em moradores de Camaçari, na Bahia. Para orientar a população e esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, a infectologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Vera Magalhães explica que a transmissão das três doenças ocorre pela picada dos mosquitos Aedes aegypti.

Segundo a profissional, a dengue, febre chikungunya e Zika Vírus são clinicamente muito parecidos. "Zika Vírus possui um quadro muito parecido com o da dengue e da febre chikungunya, onde o paciente pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores e manchas no corpo. No entanto, a nova doença é considerada mais branda", explica Vera, que ressalta ainda que o diferencial do Zika é a presença de uma coceira mais intensa na pele acompanhada de conjuntivite. 

No caso da febre chikungunya, os sintomas incluem o início súbito de intensa artralgia e febre acima dos 39 graus. O vírus causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor nas articulações, especialmente dos pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pessoas de qualquer idade ou sexo podem ser afetadas pelo vírus, mas os sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos.

Já os sintomas da dengue são mais diversos, podendo ter dores de cabeça, febre alta, tonturas e dores das articulações, além de sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes. "Entre todas as doenças, a dengue é a mais perigosa e, se não tratada, pode levar ao agravamento do quadro", explica a coordenadora do Programa de Controle da Dengue em Pernambuco, Claudenice Pontes.

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A infectologista destaca que a dificuldade em distinguir as três doenças também é sentida pelos médicos. "Só com a realização de exames é possível identificar exatamente qual a doença do paciente. Sendo assim,  a orientação é que, ao apresentar qualquer sintoma atípico, as pessoas procurem o posto de saúde", diz Vera. O resultado do exame sorológico, que tem segurança de 100% (diferentemente do teste rápido), é apresentado em cinco dias.

Apesar da Secretaria de Saúde do Estado ter divulgado que nenhum caso confirmado de chikungunya, rubéola, sarampo ou zika vírus foi registrado em Pernambuco, até o momento, a infectologista acredita que o vírus já pode ter chegado ao Estado. "Alguns casos não foram elucidados e é possível que seja o Zika Vírus ou chikungunya", explica a professora.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (30), a Secretaria de Saúde do Estado (SES) informou que, das 102 notificações para chikungunya no Estado, 82 deram negativo e 18 continuam em investigação. Em relação ao zika vírus, ainda não há notificação protocolada por médicos. "Mesmo sem notificações, estamos monitorando e realizando exames para detectar todos os vírus que podem ser transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti", explica a coordenadora do Programa de Controle da Dengue em Pernambuco, Claudenice Pontes. 

NÚMEROS - Até o último dia 18 de abril, foram notificados 26.666 casos de dengue em Pernambuco e confirmados 5.153, em 174 municípios. Isso representa um aumento de 459,86% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram notificados 4.763 casos, confirmando 1.812 desses. Os municípios com o maior número de notificações são: Recife (6.633), Jaboatão dos Guararapes (1.387), Camaragibe (1.379) e Goiana (942), totalizando 10.341 casos (38,78% do total do Estado).

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