Desde a noite da quinta-feira (29), após ser transferida da Unidade de Pronto Atendimento de Jardim Paulista (em Paulista, no Grande Recife) para o Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, Zona Oeste da capital, a pernambucana Bianka Melazzi, 40 anos, mantém um quadro de saúde estável. Ela apresenta complicações (diabetes, hipertensão e infecção urinária, entre outras) decorrentes da superobesidade – condição em que o índice de massa corpórea é maior do que 50 (a faixa normal fica entre 18,5 e 24,9). Ela permanece na ala amarela do HGV, destinada a pacientes com estado de saúde que requer uma série de cuidados. Pelo comprometimento da função do pulmão, comprimido pelo volume abdominal, Bianka respira com ajuda de cateter com oxigênio, segundo uma das irmãs, a vendedora autônoma Bruneide Melazzi, 42.
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O desejo da família é que Bianka, que não anda desde que levou uma queda em casa no início do mês, seja brevemente transferida para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE), que é referência no Norte/Nordeste para o tratamento da obesidade e realiza cerca de 100 cirurgias bariátricas por ano. Em Pernambuco, o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e o Agamenon Magalhães também realizam o procedimento. A questão é que, como qualquer pessoa com superobesidade, Bianka precisa passar por um acompanhamento pré-operatório criterioso para controlar o estado de saúde agravado pelo excesso de peso.
“Sabemos que esse atendimento é feito com muita responsabilidade pelo HC, que conta com vários profissionais. O resultado de Carlinhos, por exemplo, tem sido muito bom”, diz um dos irmãos de Bianka, o eletrotécnico Bruneudo Melazzi, 44, referindo-se ao paraibano Carlos Antônio dos Santos Freitas, 28 anos, internado no HC desde julho. Em menos de três meses, perdeu 145 quilos e tem respondido bem ao tratamento pré-cirúrgico.
Por enquanto, o HC está sem vaga para mais uma pessoa com superobesidade. No momento, são três pacientes com essa condição. “A previsão é que um deles seja operado em até três semanas. Assim, pode ser que um leito fique disponível para algum paciente”, diz o chefe do Serviço de Cirurgia-Geral do HC, Álvaro Ferraz.
A família conta que Bianka se pesou pela última vez há um ano, quando estava com cerca de 220 kg. “Desde então, vem engordando e passou a ter um quadro depressivo. Nem perto do portão de casa ela queria chegar. Em um ano, o apetite dela aumentou muito. O distúrbio alimentar ficou mais sério. Queremos que as autoridades se sensibilizem para que Bianka receba um atendimento para se tratar da superobesidade”, finaliza Bruneide.