Emergência

Brasil já tem 1.248 casos suspeitos de microcefalia

Ministério da Saúde também lançou oficialmente a campanha ''Se o mosquito da dengue pode matar, ele não pode nascer''

Do JC Online e Estadão Conteúdo
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Do JC Online e Estadão Conteúdo
Publicado em 30/11/2015 às 10:36
Foto: Periscope/Ministério da Saúde
Ministério da Saúde também lançou oficialmente a campanha ''Se o mosquito da dengue pode matar, ele não pode nascer'' - FOTO: Foto: Periscope/Ministério da Saúde
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O Ministério da Saúde registrou, até o momento, 1.248 casos suspeitos de microcefalia. Pernambuco continua liderando o número de casos, com 646 ocorrências suspeitas. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (30), no dia em que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, técnicos do ministério e da Defesa Civil se reúnem em Pernambuco para falar com prefeitos sobre a situação no Estado.

As notificações foram feitas em 311 municípios distribuídos em 13 Estados e no Distrito Federal. Os casos foram registrados no Nordeste, Centro-Oeste e atingem também o Sudeste, com 13 ocorrências em investigação no Rio. Foram ainda notificadas 7 mortes, das quais uma foi confirmada até o momento. Todos os casos são de bebês que já nasceram. Ainda não há estimativas sobre quantos bebês em gestação apresentam a má-formação que, em 90% dos casos, pode levar à deficiência mental.

VEJA OS NÚMEROS
Pernambuco (646)
Paraíba (248)
Rio Grande do Norte (79)
Sergipe (77)
Alagoas (59)
Bahia (37)
Piauí (36)
Ceará (25)
Rio de Janeiro (13)
Tocantins (12)
Maranhão (12)
Goiás (2)
Mato Grosso do Sul (1)
Distrito Federal (1)

No último sábado (28), conforme adiantou o jornal O Estado de S Paulo, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre a má-formação e a infecção pelo zika vírus, durante o período de gestação. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Mairevovitch, afirmou que a comprovação não muda no primeiro momento as orientações. Gestantes devem reforçar o uso de repelentes, proteger-se contra mosquitos e evitar o contato de pessoas que apresentem sintomas da doença (febre baixa, coceiras e manchas vermelhas pelo corpo). 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, afirmou que todos os produtos com registro no País são considerados seguros para uso. Ao mesmo tempo, é preciso ampliar os esforços para prevenir e combater os criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Mairevotich afirmou que os recursos previstos para o combate ao vetor estão mantidos "Estamos elaborando um plano em conjunto do governo para reforçar as ações de combate", disse.

O governo está estabelecendo um consenso sobre como definir os casos de microcefalia. Mairerovitch observou que nem todos os casos relatados podem estar relacionados ao vírus. A doença, até agora considerada rara, também pode ser provocada por infecções da gestante por herpes, toxoplasmose, citomegalovírus e também por doenças genéticas. A ideia é fazer um protocolo para classificação de casos que possam ser usados pelo conjunto de serviços públicos de saúde, que não necessitem de exames muito elaborados, como testes genéticos. 

O controle da doença, de acordo com o diretor, está intimamente ligado ao controle do vetor. O vírus zika entrou no Brasil neste ano. Até agora, não há um tratamento específico para a doença. Daí a necessidade de se acabar com o Aedes aegypti, disse Maierovitch. "Provavelmente conviveremos com esse problema durante um tempo. Não há maneira abrupta de se combater as doenças transmitidas pelo mosquito vetor", alertou. De acordo com ele, o detalhamento de planos estaduais devem intensificar esse combate, com envolvimento de vários segmentos do governo para o combate. Uma nova campanha para combate ao mosquito começou agora. 

O Ministério da Saúde iniciou um conjunto de ações para dar garantias assistenciais para crianças e famílias de microcefalia Em Pernambuco, ambulatórios especializados foram estruturados em hospitais de referência. "Há um contato próximo com secretarias porque as necessidades de cada local são diferenciadas", disse.

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