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Os dados divulgados nesta quarta-feira (2) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro sobre casos de microcefalia e notificação obrigatória de ocorrências de vírus Zika apontam que o estado teve, desde o começo do ano até o dia primeiro de dezembro, 23 casos de bebês com o crânio menor do que o normal.
Em oito casos, as mães relataram ter tido manchas vermelhas, chamadas de exantemas, pelo corpo durante a gestação, um dos sintomas do Zika. A divulgação semanal dos dados foi anunciada na segunda-feira (30), quando as notificações de microcefalia estavam em 21 casos e de exantema em 75.
Do total de 23 casos, 19 bebês já nasceram e quatro tiveram o diagnóstico ainda na gestação. Com isso, 2015 se iguala ao recorde de 19 casos da má formação registrado em 2013. A notificação de grávidas com exantema se tornou obrigatória no estado no dia 18 de novembro e, desde então, já foram registrados 150 casos. Apenas um teve a confirmação de vírus Zika, porém, sem confirmação de microcefalia no feto.
A SES também solicitou que os municípios notifiquem casos de exantema acompanhados de sinais e sintomas neurológicos agudos, para verificar se há relação entre infecções virais agudas e a Síndrome de Guillain Barré. Já foram registrados dois casos, que estão em investigação. Segundo a secretaria, a doença não é de notificação obrigatória, por isso não existem muitos dados a respeito. Porém, ressalta que há registro de síndromes neurológicas após casos de dengue e Chikungunya desde a década de 1960 e após Zika desde 2007.
De acordo com a Superintendência de Vigilância Epidemiológica da SES, os dados são consolidados a partir das informações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Relatório de Emergência em Saúde Pública (Resp), todos do Ministério da Saúde.
O vírus Zika foi identificado nas Américas apenas no ano passado e é transmitido pelo Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue. Os sintomas são febre, manchas pelo corpo, coceira, dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Mas, por ser uma doença nova, não há muita literatura médica a respeito nem estudos que comprovem a relação da doença em gestantes e o nascimento de bebês com microcefalia.