SAÚDE

Levantamento mostra bairros do Recife em situação de risco para dengue, chicungunha e zika

O Alto José Bonifácio apresenta maior quantidade de focos de reprodução do Aedes aegypti

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 15/01/2016 às 6:04
Sérgio Bernardo/JC Imagem
O Alto José Bonifácio apresenta maior quantidade de focos de reprodução do Aedes aegypti - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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O bairro do Alto José Bonifácio, na Zona Norte do Recife, é o único da cidade que apresenta risco muito alto de infestação pelo mosquito que transmite dengue, chicungunha e zika, segundo o 1º Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) deste ano, divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do Recife. Para cada 100 domicílios no bairro, 4,3% despontam com focos de reprodução do mosquito.

Entre os recipientes predominantes para o Aedes no Alto José Bonifácio, estão depósitos ao nível do solo para consumo doméstico (barril, tina, tonel, tambor, depósito de barro, tanque, poço, cisterna e cacimba), vasos com água, bebedouros, pequenas fontes ornamentais e material de depósito de construção. Além disso, o levantamento mostra que lixo do bairro, sucatas e entulhos também são depósitos predominantes para o mosquito.

“Vamos fazer uma análise para entender por que o Alto José Bonifácio está com o risco muito alto de infestação pelo Aedes. Precisamos ver como estão a distribuição de água no bairro e a coleta de lixo”, afirma a secretária-executiva de Vigilância à Saúde do Recife, Cristiane Penaforte. 

Como parte do trabalho de combate ao mosquito, duas intervenções já foram realizadas no Alto em dezembro do ano passado, segundo a Secretaria de Saúde do Recife. No dia 21, houve uma ação de enfrentamento ao Aedes em parceria com a Secretaria de Governo e Participação Social do Recife. No dia 29, foi realizado um mutirão com a presença de soldados do Exército.

Com esse resultado do LIRAa, a Secretaria de Saúde do Recife consegue mapear os bairros que merecem reforço nas próximas ações para o controle de infestação do Aedes. Apesar de apenas um bairro da cidade apresentar uma situação de risco muito alta de transmissão de dengue, chicungunha e zika, outros oito despontam em situação de risco alto. 

Na Zona Norte, estão Apipucos, Monteiro e Nova Descoberta; na Zona Oeste, Cidade Universitária e Várzea; na Zona Sul, Pina, Cohab e Jordão. Neles também há maior presença de larvas do mosquito nas casas visitadas de 4 a 8 de janeiro, período em que os agentes fizeram a inspeção que resultou no retrato da situação dos bairros que mais merecem atenção no início deste ano. 

Nesses oito bairros com situação de risco alto de infestação pelo Aedes, de 2,6% a 3,9% das casas (a cada 100) têm focos do mosquito e, consequentemente, risco de adoecimento por alguma das três arboviroses: dengue, chicungunha e zika. 

Além desses bairros, outros 25 apresentam situação de risco médio para surto das três doenças transmitidas pelo Aedes. São áreas onde a população também deve ficar em alerta para fortalecer a prevenção das doenças. Nelas, para cada 100 imóveis, há de 1% a 2,5% com larvas. 

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