AEDES

Secretário de Saúde afirma que Recife não utiliza o larvicida pyriproxyfen

Combate na capital é feito com larvicida biológico, assim como em Jaboatão dos Guararapes e Fernando de Noronha

Da editoria de Cidades
Cadastrado por
Da editoria de Cidades
Publicado em 15/02/2016 às 7:00
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Combate na capital é feito com larvicida biológico, assim como em Jaboatão dos Guararapes e Fernando de Noronha - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
Leitura:

O secretário de saúde do Recife, o médico Jailson Correia, informou que, há muitos anos, a capital não utiliza larvicida químico no combate ao mosquito aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika virus. A cidade optou por adquirir o larvicida biológico BTI (bacillus thuringiensis israelensis).

O titular da pasta mostrou-se preocupado com a informação que relaciona microcefalia e uso do produto químico pyriproxyfen, como levantou pesquisadores argentinos. “Me preocupa por não ter base científica robusta. Temo por ser um insumo importante na estratégia de combate ao vetor”, disse.

Correia explica que a opção feita la atrás pelo larvicida biológico (que, na época, não era o pyriproxyfen) levou em consideração os riscos laborais, para o trabalhador em especial.

Fora da secretaria no domingo à noite, quando concedeu a entrevista do JC, o secretário não teve como precisar o valor do produto e quanto a pasta gasta mensalmente com a compra. A produção, segundo o titular, é feita internacionalmente e repassada através de representantes no Brasil, escolhidos por licitação.

A gerente de educação ambiental da Secretaria de Saúde do Recife, Liliane Amorim, complementa que Jaboatão dos Guararapes e Fernando de Noronha também fazem uso do larvicida biológico.

PASTORAL DA SAÚDE

A Pastoral da Saúde Nordeste 2 (AL, PE, PB e RN) irá solicitar ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial de Saúde todas as informações de pesquisas, empresas envolvidas e estudos em seres humanos sobre a toxicidade do pyriproxyfen e de quaisquer outros larvicidas químicos.

O órgão quer chamar a atenção para a política historicamente fracassada de controle das doenças com foco apenas no vetor, e não no investimento ao acesso à agua e ao saneamento básico, entre outras iniciativas de longo prazo.

No dia 22, haverá um grande encontro para definir as ações. Também será solicitada a participação de outros órgãos, como o Ministério Público Estadual e Federal e entidades da sociedade fora do campo da saúde como a OAB.

"É fato que a forma como o Ministério da Saúde está conduzindo o combate há anos fracassou. Daqui a 80 anos, vamos fazer campanha contra o mosquito de novoEstá virando normal fazer campanha contra o vetor. Temos o ambiente ideal para o mosquito, mas não para as pessoas", critica Vandson Holanda, coordenador da Pastoral da Saúde Nordeste 2.

Últimas notícias