Resultados de dois estudos feitos no Nordeste indicam que a maior parte das mães com bebês com microcefalia apresentou durante os primeiros meses de gestação erupções cutâneas, sintomas comuns provocados pela infecção por zika.
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Um dos trabalhos, publicado em revista do Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, apontou que, de cem mães de crianças com a má-formação entrevistadas em Pernambuco, 59 notaram a ocorrência de erupções na pele durante a gestação. Na Paraíba, dados preliminares de um estudo de caso controle, feito em parceria entre CDC e o governo local, notou também que a maior parte das mulheres com bebês com a síndrome apresentaram, durante os primeiros três meses da gestação, erupções cutâneas.
"Não podemos tirar conclusões ainda, porque os dados do trabalho são preliminares. Somente vamos poder avaliar qual o impacto da infecção por zika durante a gestação sobre o risco de ter bebês com má-formação depois de concluído o estudo", afirma o coordenador do Programa Nacional de Controle de Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, sobre o trabalho realizado na Paraíba.
Iniciado em fevereiro em 56 municípios do Estado, o trabalho concluiu semana passada a fase de coleta de informações em campo Foram entrevistadas 165 mães que tiveram bebês com microcefalia e 446 mães de bebês nascidos nas mesmas regiões do primeiro grupo, mas que não apresentam a síndrome. Entre os bebês, 52% são do sexo feminino e 48% do sexo masculino, na faixa etária de 0 a 7 meses.
O trabalho de Pernambuco foi feito por um grupo formado por especialistas de vários centros de estudos, Organização Pan-Americana de Saúde, Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco. De 104 crianças analisadas, 70 apresentaram microcefalia grave. O estudo continua. A partir de agora, serão analisados os casos controle, que tentam identificar e mensurar quais são os fatores de risco para a síndrome.