Saúde

Outubro Rosa: O que você precisa saber sobre o autoexame das mamas

Realização do autoexame ajuda, mas não basta para diagnosticar precocemente o câncer de mama

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 11/10/2016 às 6:04
Diego Nigro/JC Imagem
Realização do autoexame ajuda, mas não basta para diagnosticar precocemente o câncer de mama - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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O autoexame da mama, que consiste em avaliação mensal dos seios, é uma prática de autoconhecimento corporal. É um hábito recomendado por especialistas, mas não deve ser uma prática isolada para rastreamento do câncer de mama, que tem alta taxa de mortalidade, especialmente se detectado tardiamente. “O autoexame é útil no Brasil, principalmente nas camadas da população que não têm acesso fácil à mamografia. De qualquer forma, a mulher não consegue apalpar estruturas nas mamas de até 1 centímetro de extensão (tamanho em que o tumor apresenta maiores chances de cura). Pelo autoexame, geralmente só dá para sentir alterações a partir de 2 centímetros”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia/Regional Pernambuco (SBM/PE), Marcos Antônio Araújo Almeida.

O médico ressalta que o ideal é realizar o autoexame de sete a dez dias após a menstruação, quando as mamas estão menos sensíveis e inchadas. “Sugere-se espalmá-las da periferia para o centro para sentir se ambas têm (ou não) estruturas correspondentes”, frisa Marcos. Se em um dos seios houver protuberância (como algo que se assemelhe a um caroço de azeitona) que não tenha no outro, o recomendado é procurar um médico. 

Foi o que fez a fonoaudióloga Gabriela Dália Regis, 33 anos. Ela percebeu, ainda na adolescência, um nódulo na mama durante o autoexame. “Quando fui investigar com o médico, havia cinco numa mama e dois na outra. Eram benignos, assim como outros dois que apareceram depois. Tirei todos, pois incomodavam”, conta Gabriela. Hoje ela faz acompanhamento semestral por meio de ultrassom das mamas.

PESQUISA

Procurar um médico após perceber alterações durante o autoexame também foi uma atitude tomada por 66,2% das mulheres que procuraram, pela primeira vez, atendimento devido a um câncer de mama. Elas próprias conseguiram perceber algo errado no seio como possível sinal de um câncer, segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) feito com 405 pacientes da instituição. O percentual de mulheres que identificou a doença por meio da mamografia (ou de outro exame de imagem) foi de 30,1%.

Os achados do levantamento do Inca trazem à tona um cenário que merece ser melhor discutido: ao divulgar que as mulheres precisam estar atentas a sinais de qualquer tipo de alteração na mama para que a doença possa ser descoberta no início, é preciso ter cuidado para não dar ao público feminino a responsabilidade exclusiva de detectar o tumor. Afinal, a mamografia é considerada a principal aliada no diagnóstico precoce da doença, pois consegue detectar alterações no seio não sentidas no autoexame. “O Estado não pode repassar à mulher brasileira o ônus de sua inoperância na realização de mamografias”, diz comunicado da SBM sobre os achados do levantamento do Inca.

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