Com o avanço do mapa do sobrepeso e da obesidade no Brasil, onde mais da metade da população precisa fazer as pazes com a balança, as dietas estão cada vez mais em moda. Mas isso não é problema. A preocupação desponta quando os caminhos para se restringir a alimentação são seguidos a torto e a direito, muitas vezes reproduzidos da mesma forma em que foram publicadas nas redes sociais, sem orientação de um médico ou nutricionista. Independentemente do tipo de dieta (jejum intermitente, low carb, mediterrânea e paleolítica – apenas para citar algumas que estão em alta), a montagem do cardápio deve ser feita por um especialista, que sabe quando o paciente responde à dieta, falha às propostas nutricionais ou enjoa do cardápio.
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“No mundo ideal, as recomendações para perda de peso devem vir de uma equipe multidisciplinar: médico, nutricionista, educador físico e psicólogo. No mundo real, nem sempre isso acontece, e as pessoas fazem o que é possível”, diz o médico Fábio Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia/Regional Pernambuco.
A especialidade da qual faz parte tem se preocupado com a dieta do hCG (sigla, em inglês, para gonadotrofina coriônica humana – hormônio produzido por gestantes), que promete emagrecimento rápido. Quem segue essa linha faz uso do hormônio (geralmente por via oral) e de um cardápio com pouquíssimas calorias. “Já foi constatado que a dieta do hCG e o placebo (substância inativa e usada em pesquisas) são iguais. O hCG não tem eficácia na perda de peso, e os estudos com esse hormônio injetável revelam aumento do risco de hiperestimulação ovariana e de trombose venosa profunda”, alerta o endocrinologista.
Diferentemente da dieta do hCG, a do jejum intermitente (ficar sem comer por algumas horas) e a low carb (reduz a ingestão de carboidratos) têm mostrado eficácia. “Não são milagrosas, mas são alternativas viáveis. A curto prazo, a low carb promove uma perda de peso mais rápida do que a dieta tradicional. Pode também melhorar taxas de glicose e triglicérides. Estudos mostram que funciona”, destaca Fábio Moura.
Depoimento
Com acompanhamento de uma nutricionista, a analista de sistemas Aline Lemos, 38, segue a low carb. “Não como carboidratos no café da manhã nem no almoço. Se eu malho, posso ingerir 100 gramas do nutriente no jantar. Para o lanche, tenho como opção 70 gramas de chocolate amargo”, conta Aline, que tem se adaptado bem ao novo cardápio e é um exemplo de que o acompanhamento de um especialista é valioso quando o lema não é apenas eliminar peso, mas também ganhar saúde.