VIOLÊNCIA

Cremepe proíbe atuação de médicos em dois postos do Recife

De acordo com o Cremepe, os postos estão localizados em área de extrema violência e os profissionais sofrem com insegurança

JC Online
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Publicado em 05/11/2018 às 13:38
Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem
De acordo com o Cremepe, os postos estão localizados em área de extrema violência e os profissionais sofrem com insegurança - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem
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A insegurança e a violência no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, ocasionaram a interdição ética de dois postos de saúde que funcionam na área. A decisão foi tomada pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) depois de denúncia feita pelos médicos que atuam nas unidades. Com medo, os profissionais e conselheiros pedem providências da Prefeitura do Recife para que as Unidades de Saúde da Família (USF) Parque dos Milagres e USF Pantanal/ Professor Fernandes Figueira possam voltar a ter médicos atendendo. Aproximadamente 18 mil pessoas são assistidas nestes dois postos.

A interdição ética não funcionada como o fechamento do posto, que é formado por equipes multidisciplinares de diversas áreas, mas proíbe que os médicos atuem nos locais determinados. Para o presidente do Cremepe, Mário Fernando Lins, o trabalho dos profissionais de atenção básica estava sendo interrompido por causa da violência. Segundo ele, há relatos de médicos que presenciaram tiroteios e tiveram que fechar as portas dos postos até que os conflitos entre gangues terminassem. Ainda não há previsão para a retomada das atividades médicas no local.

“Nós só vamos voltar ao trabalho ou desinterditar através de uma plenária no Conselho, assim que haja negociação e cumprimento efetivo das autoridades no sentido de restabelecer a segurança dos médicos e da população. Nós iremos analisar e desinterditar, se for o caso”, diz o presidente.

De acordo com o Cremepe, o processo de análise das condições de trabalho no local teve início em 5 de agosto. O prazo para que a Secretaria Municipal de Saúde propusesse melhorias era de 30 dias, mas a resposta só foi dada na última segunda-feira (29). A sugestão da prefeitura era que fossem colocadas câmeras de seguranças e guardas municipais desarmados, o que foi visto pelo Conselho como medida ineficiente para a garantia da segurança dos profissionais.

A interdição passa a valer a partir desta quarta-feira (7). As demais atividades, como curativo e vacinação, que não incluem atuação do profissional médico, estão mantidas. Outras sete unidades de saúde estão sendo analisadas e podem passar pelo mesmo processo de interdição ética por problemas estruturais e violência. 

Prefeitura

Em nota, a Prefeitura do Recife informou que já vem tomando medidas como a instalação de postos de vigilância, implementação de câmeras de segurança ligadas à Central de Videomonitoramento da Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS) e colocação de grades e vidros para reforçar a segurança das USFs. Além disso, a PCR ainda diz que conta com a Ronda da Saúde, que atua na redução da violência nas unidades de saúde com patrulha 24h.

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