
Em julho do ano passado, o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) inaugurava um espaço tão especial quanto seu propósito. Aconchegante, silencioso e repleto de amor. Assim é o Centro de Parto Normal (CPN), espaço onde 410 bebês já vieram ao mundo em partos naturais e humanizados. Hoje, em comemoração ao aniversário, mamães poderão, enquanto se preparam para dar a luz, participar de atividades lúdicas com direito a música, aromaterapia, arte gestacional e até fotos profissionais.
O nascimento de Ana Luz Felix foi tranquilo e rápido. A mãe da bebê, Giullia Felix, de 24 anos, não fez o pré-natal no Imip, mas decidiu que teria sua filha lá após conhecer as acomodações do CPN. Ontem, a pequena nasceu e Giullia confirma que o tratamento que recebeu fez com que o momento fosse mais especial ainda. “Essa é uma hora difícil, bate o desespero, mas eu recebi muita atenção e me senti mais segura. Dói muito, mas o parto normal vale a pena. Ela é minha primeira filha e as enfermeiras me guiaram em tudo, até em qual posição escolher. Foi muito especial e eu estou muito agradecida por tudo”, conta. Em poucas horas mãe e filha poderão ir para casa. Enquanto a alta não chega, as duas permanecem em um dos quartos do Centro.
São cinco quartos/leitos - todos suíte - preparados para os partos humanizados. Em uma delas há, inclusive, uma banheira para as mamães que desejam parto na água. Toda a estrutura segue normas e políticas de assistência do Programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde. “A gente está falando de um aparelho do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferece um serviço de qualidade, onde a gestante tem a privacidade para viver o parto de uma maneira mais natural e fisiológica. Toda essa estrutura e essa forma de atuar ajuda muito para que o parto aconteça sem intercorrências e da forma mais humana possível, inclusive com o apoio da família, que pode estar presente”, explica a enfermeira obstetra Fernanda Soveral, que já atua há quatro anos com gestantes.
Os partos são feitos por enfermeiros obstetras que dão total assistência tanto à mãe quanto ao bebê antes e após o nascimento. Também há equipe médica de plantão, mas só é acionada em caso de complicações. “Como são permitidas no CPN apenas gestações de baixo risco, a equipe de enfermagem está totalmente capacitada para assistir o momento. Desde a chegada da gestante, quando é feita a triagem, o acompanhamento é feito por enfermeiros. Caso haja alguma complicação, temos médicos capacitados para atuar”, explica a gerente do CPN, Viviane Araújo.
A capacidade mensal do Centro é de 70 a 75 partos. No entanto, o número de partos realizados é em média metade desse total. Segundo Viviane, a justificativa é a falta de conhecimento sobre o local e o estigma acerca do parto natural. “O atendimento no SUS prioriza o parto normal, mas como o Imip é caracterizado como de alto risco, poucas pessoas sabem que também atendemos gestações de baixo risco. Também é preciso lembrar que não é necessário que o pré-natal tenha sido feito aqui. Basta que a gestante tenha tido algum acompanhamento, seja na rede pública ou privada. Entrando em trabalho de parto, ela pode vir ao Imip e, caso esteja tudo certo com a saúde dela, fazemos o parto humanizado. É importante que elas saibam que temos esse serviço e que nos procurem. Há capacidade e profissionais excelentes”, frisa.
Comemoração
Para que seus bebês nasçam no CPN, é preciso que a gestante tenha feito pré-natal e que não tenha doenças como diabetes ou pressão alta. O internamento acontece já quando a mulher está em trabalho de parto, porque não é feito nenhum tipo de indução. Hoje, as atividades começam às 10h e vão até as 16h. Grávidas que estiverem na instituição realizando exames do pré-natal também poderão conhecer as instalações.




