RIO GRANDE DO SUL

Bailarino é sedado após confundirem performance com surto psicótico

Artista se apresentava sozinho no espetáculo sobre a brutalidade do cotidiano e foi abordado por socorristas do Samu

JC Online
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Publicado em 29/10/2017 às 20:31
Foto: Diogo Sallaberry / Divulgação
Artista se apresentava sozinho no espetáculo sobre a brutalidade do cotidiano e foi abordado por socorristas do Samu - FOTO: Foto: Diogo Sallaberry / Divulgação
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Um bailarino integrante da Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, foi sedado e levado a um pronto-atendimento após ter sua performance artística confundida com um surto psicótico. O cado aconteceu no sábado (28), quando Igor Cavalcante Medina, 26 anos, se apresentava na 8ª edição do “Caxias em Movimento”, com  o espetáculo "Fim", em que aborda a brutalidade do cotidiano. A performance ocorria na Praça da Bandeira, no centro da cidade, e guardas municipais e socorristas o abordaram para o atendimento médico.

Igor foi sedado e levado para o Pronto-Atendimento 24 horas, de acordo com a revista Veja. Ele só conseguiu ser liberado oito horas depois quando “acordou”, informou um integrante da equipe enfermagem do posto médico. A psiquiatra que atendeu o bailarino constatou que o artista não tinha sinais de surto psicótico e o liberou.

“Cheguei no lugar (da apresentação) e a guarda municipal me abordou junto com o Samu. Foram invadindo sem me perguntar nada, já foram chegando. Eu falei que tinha autorização da prefeitura para estar ali, mas não quiseram me escutar. Disseram que eu tinha um surto psicótico. Me amarraram na maca e me colocaram na ambulância. Me deram uma injeção de tranquilizante e fiquei oito horas amarrados no Postão aguardando um psiquiatra atestar que eu estava lúcido”, disse Medina para a VEJA.

Performance

Ainda segundo o bailarino, ele estava declamando um poema sobre discriminação racial e social quando teria sido abordado pelos guardas. “Falei que estava no meio de uma apresentação e não quiseram me escutar. Quando me abordaram eu estava declamando um poema. Se tivessem parado para me ouvir, isso não tinha acontecido. Eu não tinha como reagir porque eram cinco pessoas me segurando. Tentei conversar porque não dava conta de reagir. Na ambulância, um deles pressionou o punho cerrado no meu peito para eu ficar sem fôlego e parar de falar”, disse.

Caso no Recife

Um caso parecido envolvendo performances artísticas e atendimento médico, só que de fato verdadeiro, aconteceu no Recife, quando estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) achavam que um jovem, que havia levado um choque, estava fazendo uma performance artística

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