Abelardo Germano da Hora está no menino que sorri na praça; na mãe que chora pelo filho doente. Está na curva robusta da mulher que requebra pela praia; nas cores vibrantes do Carnaval. Abelardo da Hora é o Recife que se esconde e se mostra num cimento bem mais digno e bonito do que este sob o qual se resolveu erguer uma cidade cujas grandezas estão em altos prédios e viadutos. Abelardo redescobriu a nossa grande beleza na forma humana e expressionista de uma arte feita com amor, comunismo e paixão.
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Um dos criadores do Movimento de Cultura Popular (MCP), mestre de grandes nomes das nossas artes plásticas, como José Cláudio, Francisco Brennand, Maria Carmem e Gilvan Samico, Abelardo da Hora comemora nesta quinta (31) 90 anos de idade. Lúcido e ativo na vida e na arte, o artista é homenageado por reportagens especiais que o JC publica nesta quarta (30) e quinta (31). Uma maneira de celebrar este que é um dos maiores nomes das artes brasileiras.
A semana de aniversário do artista começou com trabalho e homenagens – que devem continuar com a realização de outros projetos em 2014. Junto com o ator e diretor teatral Carlos Varella (in memoriam), Abelardo é homenageado no Congresso Internacional Sesc e UFPE de Arte-Educação, que este ano segue o tema Ecos de Resistências na América Latina. Ele foi convidado para ministrar, na segunda-feira passada, a palestra Artes no MCP.
Nesta quarta (30), como parte do mesmo evento, ocorre a abertura da exposição Abelardo da Hora – Da indignação à esperança, às 18h, no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAC/UFPE). Amanhã, é inaugurada a escultura O artilheiro, na Arena Pernambuco. Também será lançado o novo material promocional do Recife Convention & Visitors Bureau, ilustrado com gravuras e fotos que divulgarão o Estado e sua obra pelo Brasil e pelo mundo.