Paisagens, manifestações, comidas e religiosidade brasileiras estão reunidas na exposição Patrimônio Imaterial Brasileiro - Celebração viva da cultura dos povos, em cartaz na Caixa Cultural. A abertura acontece hoje, às 19h30, para convidados, mas a partir de amanhã, o acervo está disponível à visitação do público, com entrada gratuita, até 31 de maio.
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A exposição é composta por fotografias, objetos, textos, vídeos e áudios sobre os 36 patrimônios imateriais do Brasil registrados e salvaguardados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O projeto expográfico, com curadoria de Luciano Figueiredo, contempla três dimensões dos bens imateriais: os povos que construíram a nossa identidade (índios, portugueses, italianos, africanos, japoneses e alemães), as paisagens, que são as imagens de cidades, aldeias, sítios históricos, cachoeiras e praias, e os ofícios, saberes e fazeres, representados na pintura, no tear, na dança, fé e gastronomia.
"Esses patrimônios nunca foram colocados numa exposição todos juntos. Nossa ideia foi fazer exatamente isso. Em algumas cidades do Brasil, o Iphan chegou a fazer pequenas exposições com alguns patrimônios, mas não com todos", explica a gaúcha Fernanda Pereira, uma das idealizadoras do projeto. O projeto estreou na Caixa Cultural do Rio de Janeiro no ano passado, e em seguida passou por Fortaleza e Salvador.
"Além de fotografias, muitas delas do próprio Iphan, contamos com peças do Museu do Índio, Museu do Círio de Nazaré, e outros materiais que a gente comprou dos mestres artesãos. A mostra foi bem aceita pelo público brasileiro. A gente lê no livro de registro que as pessoas nunca tinham tido esta oportunidade. de conhecer esse patrimônios conjuntamente."
Entre os patrimônios contemplados na exposição estão a roda de capoeira (âmbito nacional), a Cachoeira de Iauaretê (Amazonas) - lugar sagrado dos povos indígenas dos rios Uaupés e Papuri, ofício das baianas de acarajé (Bahia), festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis (Goiás), e o bumba-meu-boi (Maranhão).
PERNAMBUCO
Seis manifestações populares pernambucanas, registradas como patrimônios culturais brasileiros, estão presentes na exposição: a Feira de Caruaru, o frevo, os maracatus nação e de baque solto e o cavalo-marinho, além do mamulengo (nomenclatura dada no Estado ao teatro de bonecos popular do Nordeste, mais recente registro do Iphan, salvaguardado em março deste ano).
Uma programação especial, paralela à exposição, está sendo organizada pelos produtores, junto à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e ao Iphan de Pernambuco. A ideia é oferecer, em maio, oficinas.
"A gente sempre tenta envolver a cidade e os que fazem os bens acontecerem. Vão acontecer, a partir de maio, seminário sobre o patrimônio imaterial - o que é e porque se registra o bem - e oficinas de mamulengo, de cavalo-marinho, e maracatus", conta Fernanda. A agenda das atividades deve sair até o fim desta semana, segundo a produtora.