DOS SANTOS

O futuro da coleção sacra de Zé Santeiro

Aos 88 anos, o garimpador de peças sacras teme pelo futuro de suas três mil unidades

Flávia de Gusmão
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Flávia de Gusmão
Publicado em 19/03/2017 às 7:20
Foto: Priscilla Buhr/JC Imagem
Aos 88 anos, o garimpador de peças sacras teme pelo futuro de suas três mil unidades - FOTO: Foto: Priscilla Buhr/JC Imagem
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Aos 88 anos, Zé Santeiro faz jus ao apelido pelo qual se tornou conhecido. O ofício – de garimpador de peças de arte sacra – virou sobrenome. Na pia de batismo, aliás, parecia haver a predestinação: José dos Santos é o que consta na certidão de nascimento.

Em sua casa, Zé abriga cerca de três mil unidades, que ele recolheu praticamente de porta em porta, movido pelo dom e o conhecimento acumulado para farejar uma peça rara. 

FUTURO

Há 73 anos, Zé Santeiro começou sua coleção. Há 15, ele luta para conseguir destinar seu acervo a um museu. Ele teme pelo futuro de um ajuntamento tão rico e cuidadosamente montado. São Cristos, Virgens Marias, candelabros, oratórios e altares dos séculos 17 a 19. O desejo de Zé Santeiro era que o poder público arrematasse a coleção para que ela permanecesse para sempre disponível aos pernambucanos, exibida em algum espaço bem-mantido. Ambição nunca concretizada.

“A questão do futuro de uma coleção é um assunto complexo, especialmente na realidade econômica e social brasileira, em que a sociedade vê, a todo instante, a manutenção de suas instituições culturais ameaçadas”, compreende o artista plástico e curador André Venzon.

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