CRÍTICA

Os 33 reconta história dramática dos mineiros soterrados no Chile

Longa-metragem tem o brasileiro Rodrigo Santoro no elenco

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 29/10/2015 às 6:00
Fox Internacional/Divulgação
Longa-metragem tem o brasileiro Rodrigo Santoro no elenco - FOTO: Fox Internacional/Divulgação
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A agonia dos 33 mineiros chilenos que ficaram soterrados na Mina São José, na região do Atacama, em 2010, comoveu o mundo por 70 dias. Essa história poderosa clamava por uma transposição cinematográfica à altura deseu intenso drama humano. 

Foi pensando em tocar o coração de cada espectador que a cineasta mexicana Patricia Riggen realizou o longa-metragem Os 33, que estreia nesta quinta-feira (29/10) em circuito nacional. Com fartos recursos financeiros – ao contrário de Atacama´s 33, de Antonio Recio, disponível no Netflix –, a diretora radicada em Los Angeles pode recontar o caso nos mínimos detalhes.

Como manda o figurino das coproduções internacionais, o filme tem um elenco dos mais heterogêneos, com atores latinos, americanos, ingleses e até franceses. Às vezes, fica esquisito ouvir a língua inglesa com tantos sotaques diferentes. Aos poucos, porém, o ouvido se acostuma e dá para nos concentramos nas interpretações de Antônio Banderas, Rodrigo Santoro, Juliette Binoche, Gabriel Byrne, Lou Diamond Phillips e Josh Brolin, entre outros.

Com roteiro adaptado do livro-reportagem Deep Down Dark, do jornalista americano Héctor Tobar, o filme convence pela veracidade da encenação. A primeira parte, em que os mineiros são apresentados, é fraquinha e insuficiente, mas não atrapalha.

Na verdade, Os 33 só começa mesmo quando os mineiros são soterrados e correm para um refúgio, onde ficarão até serem resgatados Narrado com ênfase na cronologia, o filme segue quase dia a dia a sobrevivência dos mineiros, como também o que ocorria no lado de fora da mina, justapondo a esperança dos familiares e os esforços do governo. 

Herdeira das estratégias melodramáticas do cinema latino-americano, Patricia Riggen força a emoção, não raro levando o espectador às lágrimas. Mas é fácil perceber o rigor de suas imagens, a excepcional edição de som (com ênfase tantos nos barulhos quanto no silêncio) e as licenças poéticas bem utilizadas, como o banquete embalado pela voz de Maria Callas.

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