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Cinemateca Pernambucana completa um ano de existência

Completando um ano nesta terça (26), a Cinemateca já pode ser considerada um dos principais polos de pesquisa, coleta, formação e catalogação do cinema feito no estado

João Rêgo
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João Rêgo
Publicado em 27/03/2019 às 12:31
Foto: Cinemateca Pernambucana/Divulgação
Completando dois anos na quarta (25), a Cinemateca é um dos principais polos de pesquisa do cinema feito no estado - FOTO: Foto: Cinemateca Pernambucana/Divulgação
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Há um ano, o cenário audiovisual pernambucano ganhava um importante espaço para a preservação e difusão de suas obras. Era inaugurada a Cinemateca Pernambucana, vinculada à coordenação do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e instalada no edifício-sede, em Casa Forte. A iniciativa foi resultado de uma parceria com a coordenação do Cinema da Universidade Federal de Pernambuco (ainda em fase final de implantação) e com a Roquette Pinto/TV Escola, instituições vinculadas ao Ministério da Educação.

Completando um ano de existência ontem, a Cinemateca já pode ser considerada um dos principais polos de pesquisa, coleta, formação e catalogação do cinema feito em Pernambuco. Seu acervo é dividido em dois eixos. A parte histórica é formada por cartazes, livros, figurinos, roteiros, recortes de jornais, e equipamentos, como câmeras e acessórios. Do outro lado, o fílmico é composto pelos filmes coletados e disponibilizados para consulta presencial ou via internet no portal da Cinemateca. Tudo aberto ao público e gratuito.

No total, o acervo contava com a aderência de 37 realizadores e produtores, segundo balanço de agosto no ano passado. Atualmente, esse número já ultrapassa 50, dispondo de quase mil produtos audiovisuais, dentre os quais 255 já se encontram disponíveis online.

“A adesão que temos recebido, durante esses últimos 12 meses, de cineastas, produtores, pesquisadores, estudantes, além do público em geral, demonstra o quanto a Cinemateca Pernambucana era um elo que se fazia necessário para o incremento da cadeia produtiva do audiovisual na região”, afirma a coordenadora do Cinema da Fundação e da Cinemateca, Ana Farache.
Muito desse crescimento é fruto de uma política de facilitação do acesso aos conteúdos, e da promoção de diversas iniciativas (todas gratuitas). Ao longo deste primeiro ano, por exemplo, as atividades realizadas pela cinemateca atraíram mais de 3.300 pessoas. Foram feitos doze cursos e palestras, 36 visitas agendadas de escolas e universidades, além de doze Sessão Cinemateca – parceria com o Cinema da Fundação para exibir filmes do acervo, seguidos de debates com realizadores ou especialistas.

A sessão especial já trouxe clássicos como Veneza Americana, documentário mudo de 1925, além de produções mais recentes como A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante e Sete Corações, de Déa Ferraz. Mostras especiais com obras de Geneton Moraes Neto e Ivan Cordeiro e a mais recente exibição do documentário de Nelson Pereira dos Santos sobre Gilberto Freyre também figuraram na programação.

Outro ponto de destaque na difusão do acervo é a sua acessibilidade. Em setembro do ano passado, a Cinemateca tornou seu espaço físico adaptado para receber pessoas cegas, de baixa visão, surdas e ensurdecidas. O local conta com piso podotátil e visitas guiadas com audiodescrição e libras, levando pessoas com deficiências sensoriais a desfrutar de todo o conteúdo disponível.
“Com essa ação, visamos difundir o nosso cinema para um maior número de pessoas, promovendo assim uma expansão na inclusão cultural na região”, pontua, Ana. Ela também ressalta que a Cinemateca dispõe, para consulta e exibições, filmes com as três modalidades de acessibilidade comunicacionais no seu acervo online.

Crescimento

Devido à repercussão e sucesso do trabalho desenvolvido, Ana Farache conta que existem demandas de Estados vizinhos interessados em preservar e difundir suas produções locais. Nesse sentido, ela também relata que está sendo elaborado um projeto de ampliação da Cinemateca para abranger outros Estados do Nordeste.

A ideia também é compartilhada pelo presidente da Fundaj, Alfredo Bertini. “Os resultados desse primeiro ano da Cinemateca, na forma de acervo e demanda do público, são significativos. De tal maneira que já entendemos que podemos dar o segundo passo, torná-la regional”, diz.

Comemoração

Para celebrar o primeiro ano da Cinemateca Pernambucana, será exibido o clássico A Filha do Advogado (1926), de Jota Soares, no Cinema da Fundação/Museu, em Casa Forte. A exibição tem data marcada para o sábado (30), às 16h. A entrada é gratuita. Após a sessão, o professor e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, Paulo Cunha, debate sobre o filme e a produção do Ciclo do Recife, movimento do qual Jota Soares fez parte.

Paulo é um dos grandes nomes do cinema pernambucano, seja em termos de pesquisa ou produção. Realizou no final do ano passado o curso Cinema e História na Perspectiva de Marc Ferro, em parceria com a cinemateca, da qual é colaborador voluntário. “A cinemateca é um verdadeiro presente para os pesquisadores que se interessam pelo cinema feito em Pernambuco. Do ponto de vista da universidade, é um grande avanço ter um acervo amplo e aberto aos professores e estudantes”, afirma.

Funcionamento

A Cinemateca Pernambucana está aberta para o público de terça a sexta, das 9h às 16h, e aos sábado das 14h às 18h. Visitas em grupos de até quinze pessoas podem ser agendadas pelo e-mail: [email protected]. O espaço também dispõe de uma equipe de monitores habilitados para guiar os visitantes. Mais informações e notícias sobre as atividades podem ser encontradas no site: www.cinematecapernambucana.com.br.

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