No circuito comercial ganhou, na última quinta-feira, a estreia da comédia Brincando com Fogo, estrelada por John Cena e contando com bons nomes também da comédia, como John Leguizamo, Keegan Michale-Key e Judy Greer, no elenco. Algo que não é suficiente para superar a batida estrutura narrativa de adultos despreparados que precisam inesperadamente cuidar de crianças, além de um timing cômico bastante irregular, mesmo com quase uma boa surpresa no desempenho de sua estrela principal.
Acompanhamos a vida de uma equipe de bombeiros especializada em paraquedismo e incêndios florestais. Capitaneado por Jake Carson (Cena), o time sofre uma perda com a transferência de alguns integrantes, se encontrando bastante reduzida. Nesse cenário, o enxuto grupo precisa agir para socorrer um trio de irmãos presos em uma cabana em chamas no meio da mata. Após o resgate, os bombeiros precisam cuidar do grupo, que deixa o posto de ponta cabeça enquanto seus pais não retornam para buscá-los em segurança.
Dos ringues para as telas
A produção é mais uma marca da entrada de Cena no rol de lutadores do WWE, conhecido por aqui também como telecatch, que tentam a chance em Hollywood. Foi assim com Dwayne Johnson, que abandonou a alcunha de The Rock para ingressar no cinema, e também com Dave Bautista, que chegou a fazer parte do elenco da conceituada continuação de Blade Runner. Cena já está há 10 anos nessa empreitada, contudo começa agora a ter um destaque maior, chegando perto de seus colegas de luta. O lutador-ator lida bem comicamente com seu jeito bronco, com mãos colossais e um porte físico monstruoso em uma postura meio desengonçada.
Mas pouco pode ser feito por ele com um texto tão qualquer coisa quanto o que embasa esse Brincando com Fogo. Não cativa enquanto ação, não cativa enquanto comédia e muito menos enquanto drama. Sua estrutura rasa e seu humor artificial sabota até nomes experientes na comédia como Key e Leguizamo, que precisam lutar em vão para poder extrair alguma organicidade do comportamento de seus personagens.
Trata-se de uma produção que deve passar batida nessa temporada de férias. Há pouco apelo visual ou dramático, ficando aquém até das diversões mais despretensiosas, apesar de uma ou outra risadinha que consiga arrancar no meio de piadas qualquer coisa que são jogadas a todo momento. Resta torcer para que as férias tragam algo melhor para o cinema família.