Novas séries do Netflix têm a América Latina como cenário

Club de Cuervos, que estreou na última sexta-feira, é o primeiro seriado que a empresa produz todo falado em espanhol

Netflix/Divulgação
Club de Cuervos, que estreou na última sexta-feira, é o primeiro seriado que a empresa produz todo falado em espanhol - FOTO: Netflix/Divulgação

Quem acompanha séries (ou tem amigos que acompanham), já ouviu falar em nomes como Crazy Eyes, Francis J. e Claire Underwood, Matt Murdock e Karen Page, Marco Polo, Saul Goodman... Desde 2012, quando iniciou um contrato de co-produção com a norueguesa NRK e garantiu, entre outras coisas, a exclusiva transmissão internacional de Lilyhammer, o Netflix saiu da posição de exibidor de produtos audiovisuais e ingressou na elite das superprodutoras de conteúdo, criando o seu próprio universo dramático. Depois disso, e em tão pouco tempo, House of Cards rendeu para David Fincher o prêmio de Melhor Diretor de Drama no Emmy 2013; na edição deste ano, o serviço acumula 13 indicações na premiação mais respeitada da televisão mundial. 

Depois de expandir seu alcance (são mais de 60 milhões de assinantes em 50 países), o aplicativo começa a incluir no catálogo suas primeiras produções latinas. Uma das estreias mais aguardadas é a de série Narcos, programada para ser disponibilizada no dia 28 de agosto. Com direção de José Padilha, tem no elenco o ator Wagner Moura interpretando o colombiano Pablo Escobar - que comandou o tráfico de cocaína para os Estados Unidos e diversos países do mundo nos anos 1980 e início da década de 1990. Até a sexta-feira passada, somente no YouTube, mais de três milhões de pessoas já haviam assistido ao trailer da produção. 

Também na sexta passada, foi disponibilizada a série Club de Cuervos, a primeira produção inteiramente falada em espanhol. Do diretor mexicano Gaz Alazraki, que fez sucesso no seu país com a comédia Nosotros los Nobles (2013), mostra o interesse da plataforma em atingir com suas produções originais públicos mais específicos - uma estratégia de também criar alternativas regionais para os seus assinantes. 

 

Ainda seguindo essa lógica, nessa semana foi anunciada a primeira série inteiramente rodada no Brasil, que também vai contar com elenco nacional. 3% é dirigida pelo uruguaio naturalizado brasileiro Cesar Charlone, que trabalhou como diretor de fotografia em Cidade de Deus e Ensaio Sobre a Cegueira, ambos de Fernando Meirelles. Os atores João Miguel e Bianca Comparato vão protagonizar a série, que foi anunciada como "um thriller que retrata um mundo dividido entre progresso e devastação". 

Com a sedimentação dessa alternativa de consumir vídeos, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) informou por nota que o órgão "está estudando o assunto e que o caminho é criar um marco regulatório", o que já ocorre com os canais da TV paga, que, por lei, devem reservar 3 horas e 30 minutos semanais de sua programação para a veiculação de conteúdos audiovisuais brasileiros, entre outros tópicos.

Leia a matéria completa na edição deste domingo (09/08) do Jornal do Commercio.

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