Drica Moraes: ''Corrida pela busca da juventude é uma perda de tempo''

''Deus me livre de voltar no tempo'', desabafa a intérprete de Angélica, em 'A Fórmula'

Fotos: TV Globo/GShow/Divulgação
''Deus me livre de voltar no tempo'', desabafa a intérprete de Angélica, em 'A Fórmula' - FOTO: Fotos: TV Globo/GShow/Divulgação

Drica Moraes pode brincar de voltar no tempo por causa de sua personagem, a Angélica de A Fórmula, série exibida às quintas-feiras, após 'Os Dias Eram Assim', na Globo. Na trama, a cientista usa a fórmula criada por ela para ter uma segunda chance na história de amor com Ricardo (Fábio Assunção). Mas, se na ficção a atriz passou pela experiência de rejuvenescer 30 anos, na vida real ela garante que abriria mão facilmente de uma viagem ao passado.

"Não voltaria no tempo nunca! Deus me livre viver tudo de novo! Já dá muito trabalho uma vez. Duas vezes, não precisa. Essa corrida pela busca da juventude é uma perda de tempo. Quando o tempo passa, a gente vai descobrindo o barato de cada idade", afirma Drica.

Segundo ela, esse desejo de rejuvenescimento tem a ver com a não aceitação. Madura e com uma carreira consolidada, a atriz avalia que não precisa mais provar nada para ninguém, pois sua história já diz muito sobre quem ela é. "Quando a gente é jovem, precisa ser aceito profissionalmente e moralmente. Estou com 48 anos, então, não preciso agradar aos outros".

Na série de Marcelo Saback e Mauro Wilson, Drica divide a personagem com Luisa Arraes, que faz Angélica na juventude e o seu eu rejuvenescido, batizado de Afrodite. Em completa simbiose com a parceira de cena, a atriz revela que elas desenvolveram a personagem juntas, desde os gestos até os tipos de voz, com gritinhos, gemidos e risadas.

"A gente fez uma dobradinha em todos os momentos. Criamos essa personagem juntas, tanto na sala de ensaio quanto na hora de filmar. Víamos muito a cena da outra, nos copiávamos. Foi um trabalho colaborativo muito intenso. Estamos bem parecidas na série, embora nem sejamos tão parecidas fisicamente", conta.

Além do trabalho na tevê, Drica quer montar uma peça de teatro para sair dos grandes centros e dos espaços tradicionais e, assim, fazer uma ocupação de lugares públicos. Sem revelar o nome do espetáculo, a atriz apenas adianta que a produção fala justamente da ânsia da mulher moderna em ser eternamente jovem quando há muitas outras possibilidades para serem vividas.

ECONOMIA E POLÍTICA

"Estou tentando levantar uma peça na guerrilha, porque o país está todo desmontado economicamente e a cultura também está desvalorizada. Quero estrear na periferia do Rio de Janeiro e em lugares como Bangu, Nova Iguaçu, Duque de Caxias... A ideia é fazer um trabalho diferente nesse sentido. A peça tem a ver com essa loucura das mulheres em busca da juventude eterna", revela

Com o Brasil vivendo um momento político complicado, Drica confessa sentir tristeza ao ver a arte sendo deixada de lado. Ela descreve a luta para produzir sua peça de teatro como algo que possa desligá-la de algo ruim. Dessa forma, ela deseja ser capaz de inspirar as pessoas a seguirem em frente.

"A frustração é de todo brasileiro que paga imposto e não recebe de volta serviços públicos de nível. Não é uma frustração pessoal, mas, sim, coletiva. Porém, mesmo com essa tristeza de ver o panorama do jeito que está, eu continuo querendo acreditar e investir em algo bom. Hoje, buscar fazer esse tipo de teatro é a minha fórmula da juventude", finaliza.

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