Oitenta e oito dias depois de sua estreia, por incrível que pareça, a décima oitava edição do Big Brother Brasil, na TV Globo, termina nesta quinta-feira (19) deixando saudades. Prestes a coroar a Família Lima (Ana Clara e Ayrton), Gleici ou Kaysar com o prêmio de R$ 1,5 milhão logo mais à noite ao vivo, a atração comandada por Tiago Leifert sai de cena com boa repercussão, recordes de audiência e uma história improvisada muito bem contada pelos participantes e equipe técnica do programa.
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A chamada “novela da vida real”, presente na programação da Globo há 16 anos, parecia ser só mais uma quando estreou a edição 18 em 22 de janeiro deste ano. O BBB chegava desacreditado após o fiasco da edição anterior, cercado de injustiças e polêmicas que deram à mimada Emily o título de campeã, que não teve empatia de público fora da casa para aproveitar os 15 minutos de fama pós-reality.
A troca de Pedro Bial por Tiago Leifert no ano passado também foi um percalço, mas que não demorou muito até o atual apresentador encontrar o seu estilo de comandar o reality, que só melhorou neste BBB18, mesmo com alguns deslizes e exageros que revelavam uma certa parcialidade em seus discursos e atitudes, e deixando a emoção falar mais alto, principalmente nesta reta final.
O BBB18 também leva o mérito pela escolha de seu elenco. Os 20 participantes que passaram pela edição deixaram suas marcas, memes e polêmicas. Como uma novela ou uma série, o enredo construído pelo direção do programa conseguiu trazer uma trama cercada de reviravoltas.
A maior delas rende até hoje, na grande final: A Família Lima, tão massacrada e perseguida nas redes sociais nas primeiras semanas devido a um “excesso de carinho” entre pai e filha, fez com que a produção chamasse para si o problema, com direito a proibição de maiores intimidades na casa.
Se antes o discurso era colocar uma família representando o público que assiste o BBB, Tiago Leifert foi obrigado a, dias depois, repensar o discurso: “A Família Lima representa... A Família Lima”. Com o tempo, os telespectadores se afeiçoaram a Ana Clara. E Ayrton, que tentava entrar no reality há 16 anos, ficou com o rótulo de “tiozão” da edição. Nas redes sociais, a teoria é clara: Ayrton levou Ana Clara para o BBB, mas Ana Clara foi quem levou Ayrton para a final.
Mesmo assim, a Família Lima é mera coadjuvante na final desta quinta-feira (19), que trará shows ao vivo de Ferrugem, Maiara & Maraisa e Projota. O embate maior é entre a acreana Gleici e o sírio Kaysar, dividindo o público sobre “quem precisa mais” do prêmio.
Nos portais especializados, as prévias de enquetes para a final viram a todo momento, ora a favor de um, ora a favor de outro, com placares apertados, decididos por décimos. Algo que deve acontecer no resultado oficial de logo mais.
De um lado, uma jovem estudante de psicologia de 22 anos que é a primeira representante do Acre em 18 edições. De origem humilde, Gleici teve seu pai assassinado e é uma militante contra as diversas formas de opressão na área política, social e questões de gênero.
Do outro, um sírio de 28 anos que encontrou refúgio no Brasil ao fugir da guerra e ganha a vida como garçom no Paraná. De forma exaustiva, principalmente nas últimas semanas, Kaysar faz questão de ressaltar que gostaria de vencer o programa para resgatar sua família da Síria.
Necessidades e preferências à parte, quem ganhou foi o público, que acompanhou fielmente mais esta edição, e a própria emissora, que teve médias e recordes de audiência acima dos 30 pontos durante a temporada e já anunciou o BBB19, com inscrições abertas. Que vença o melhor!
