Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch estão na série 'Shippados'

Nova série do Globoplay fala sobre os relacionamentos na época das redes sociais

Divulgação
Nova série do Globoplay fala sobre os relacionamentos na época das redes sociais - FOTO: Divulgação

Iniciar um relacionamento sempre foi um momento de tensão, afinal, nunca se conhece o bastante a outra pessoa para se ter certeza de que será uma relação duradoura, cheia de amor, eterna. Agora, imagine hoje em dia, em que a tecnologia, as redes sociais, o mundo da internet está aí para te passar todos os detalhes da outra pessoa. E aí você vai para esse tal primeiro encontro sabendo praticamente tudo sobre ela, ou ele. E é exatamente sobre isso que trata a comédia romântica Shippados, uma série original da Globo produzida exclusivamente para o Globoplay, escrita por Alexandre Machado e Fernanda Young, com direção artística e geral de Patricia Pedrosa e direção de Renata Porto d’Ave e Ricardo Spencer.

Em fase final das gravações, que devem terminar ainda essa semana, a série será composta de 12 episódios. "É desafiador e instigante, a gente tá falando do amor nos dias de hoje, falando do amor e da solidão ao mesmo tempo", conta a diretora Patricia Pedrosa, que explica se trata "de uma comédia romântica, que mostra como as pessoas se relacionam hoje, com esse fato de estarmos conectados o tempo todo, mas ao mesmo tempo estarmos sozinhos".

Patricia avisa que o público verá esses dois grandes nomes do humor nacional, Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch, na trama, mas será de um ângulo um pouco diferente. "Esse lugar em que eles estão na serie é algo diferente do que estamos acostumados a vê-los, mas será uma grata surpresa, acredite, pois além desse texto brilhante, as atuações foram surpreendentes", diz.

Para lidar com esse tema universal, mas que ganha novos tons com a internet, Patricia optou pelo mais simples. "Fomos pelo lado da simplicidade, optamos por uma estética mais retrô, mas indie, usando uma narrativa mais documental, pois hoje em dia a gente filma tudo, expõe a vida para o mundo, e de forma natural", avalia a diretora, que conta ainda ter optado por esse tom documental para "aproximar o olhar desse público, que está acostumado com esse tipo de linguagem nas redes sociais".

ROTEIRO

Quanto ao texto em si, Fernanda Young fala de sua inspiração, que é momento atual, no qual a internet acelerou alguns processos e acabou com outros pontos que faziam as pessoas sonharem. "A internet acabou com o mistério. As pessoas compartilham suas intimidades diariamente com o resto da humanidade. Você vai conhecer alguém, já conhecendo tudo sobre a vida desse alguém: que lugares frequenta, que comida come, onde vai nas férias, que manias tem. Essa descoberta costumava ser lenta e gradual, caminhando junto com o surgimento da paixão", diz a autora.

Ela mesma destaca algumas questões a partir dessa nova realidade "Quando a paixão surge, agora? Quando dá um match? Não sei. O fato é que essa é uma mudança irreversível, então os seres humanos vão se adaptar a ela, como já se adaptaram a diversas outras. Algo se perde? Provavelmente. Algo se ganha? Talvez, ainda é cedo para dizer. Pode ser que os relacionamentos pós-redes sejam mais sinceros, pois não há mais como se ter segredos, acabou a privacidade. No fim das contas, o amor prevalece e sobrevive, apesar todas as mudanças que o mundo sofreu. As pessoas querem o amor, não importa de qual maneira ele venha", diz Fernanda, que escreveu a série a quatro mãos, em parceria com Alexandre Machado.

"Queríamos uma história de que nossas duas filhas de 18 anos gostassem e com a qual se identificassem. Incluir um público mais jovem, sem excluir o mais maduro. Procuramos uma história simples, que encontre sua relevância na verdade dos personagens. Escrevemos a quatro mãos, mas as quatro mãos não escrevem juntas Cada duas em seu canto. Bolamos a história juntos, depois cada um escreve sua parte. Juntamos tudo no final", explica a autora

E, para pensar esse texto, ela conta que circularam pela internet com o intuito de achar uma luz. "Tentando encontrar padrões de comportamento. Buscamos a identificação com o público, em sua diversidade, e, ao mesmo tempo, mostrar que somos todos iguais, principalmente no que diz respeito ao amor. Nosso humor é de observação, então precisamos ficar atentos ao nosso redor, e não podemos nos prender aos antigos clichês de comédia, nem aos tradicionais conflitos entre o masculino e o feminino. Queremos mostrar o que se passa nesses novos tempos e não simplesmente fazer piadas sobre relacionamento."

Uma coisa que une diretor e autora é fato da atração por séries. "Adoramos séries, vemos muitas. No mundo inteiro, séries de alta qualidade vêm conquistando o público e criando uma enorme base de fãs para o gênero", diz Fernanda. Já Patricia se assume uma consumidora voraz. "Sou especialista em assistir o primeiro episódio (risos), assisto o primeiro de tudo, à vezes não sigo até o fim, mas o primeiro eu vejo. Quantas horas passei da minha vida no sofá vendo Game Of Thrones, e mal posso esperar pela próxima temporada", finaliza.

Últimas notícias