Menos ringue e mais humanidade na nova temporada de 'Glow'

História se passa nos anos 1980 e conta a rotina de mulheres desajustadas que encaram a luta livre para um programa de TV

Foto: Ali Goldstein/Netflix
História se passa nos anos 1980 e conta a rotina de mulheres desajustadas que encaram a luta livre para um programa de TV - FOTO: Foto: Ali Goldstein/Netflix

Em cartaz desde o início de agosto na Netflix, a série Glow estreou sua terceira temporada com dez novos episódios. O show criado por Liz Flahive e Carly Mensch que se passa nos anos 1980 e conta a rotina de mulheres desajustadas que encaram a luta livre para um programa de TV, agora se veem residentes de um show em um cassino de Las Vegas.

Diferente das primeiras temporadas, as sequências de lutas ensaiadas pelas 12 desajustadas perdem um pouco mais de foco neste terceiro ciclo. Afinal, como elas apresentam o mesmo show diariamente, na teoria, não há razão do público assistir as mesmas lutas. A série, então, centraliza seu terceiro ciclo nos dramas pessoais de cada lutadora.

Entre as protagonistas, Ruth (Alison Brie), a mais entusiasmada da turma, começa a ver sua paixão pelo show ser posta de lado por conta de sua vida pessoal cada vez mais complicada ao não se encontrar como atriz e, no amor, se sentir dividida entre Russell (Victor Quinaz) e o diretor Sam (Marc Maron).

Na outra ponta, Debbie (Betty Gilpin) está abrindo caminho como produtora, mas continua a ser consumida pela culpa por conta da distância entre ela e o filho. A convivência cobra seu preço, e a separação entre atuação e realidade começa a desaparecer.

Entre as lutadoras, a série levanta várias questões, ainda que abordadas de maneira superficial. Com Cherry Bang (Sydelle Noel), vemos a problemática de como a gravidez pode interferir na auto-estima da mulher. Enquanto seu marido Keith (Bashir Salahuddin) insiste na maternidade, Cherry não enxerga isso como uma vantagem para seu corpo.

A sexualidade pauta dilemas como o de Carmem “Machu Picchu” (Britney Young), que tenta encontrar sua feminilidade por trás de sua brutalidade. Além do processo de descoberta da orientação de Arthie (Sunita Mani), que nega a todo custo sua paixão por Yolanda (Shakira Barrera). E pouco explorado, mantendo uma incógnita, há o drama de Bash Howard (Chris Lowell) que tenta manter as aparências sobre seu casamento com Rhonda (Kate Nash).

Mas algumas crises de identidade soam interessantes, seja por questões étnicas como a Jenny “Biscoito da Sorte” (Ellen Wong); pela questão da idade, que aflige a “Rainha da Previdência” (Kia Stevens); ou até de encontrar sua própria essência como pessoa, que é o arco mais interessante de todos os dramas, através de Sheila (Gayle Rankin).

DESTAQUE

Entre os dez episódios, vale a pena ver com atenção o capítulo 5, um dos mais divertidos da temporada, e até os interessantes desfechos da season finale, no episódio 10. Com boas participações especiais de Geena Davis (Sandy) e Kevin Cahoon (Bobby), a terceira temporada de Glow se mostra menos agressiva no aspecto de luta, porém mais humana, e na medida certa.

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