ESCRITA

Vencedor do Prêmio Pernambuco, Bruno Liberal lança seu livro de contos

Radicado em Petrolina, o escritor e economista foi a grande revelação do concurso e lança Olho morto amarelo

Do JC Online
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Do JC Online
Publicado em 09/03/2014 às 5:33
Lizandra Martins/Divulgação
Radicado em Petrolina, o escritor e economista foi a grande revelação do concurso e lança Olho morto amarelo - FOTO: Lizandra Martins/Divulgação
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Um concurso que premia inéditos sempre gera uma expectativa: quem é julgado quando as obras são finalmente publicadas não são só os autores vencedores, mas as próprias decisões da honraria. Criado no ano passado, o Prêmio Pernambuco de Literatura lança agora, em parceria com a Cepe Editora, os seus primeiros ganhadores em evento coletivo na próxima quinta (13/3), no Museu do Estado. O grande destaque entre os cinco autores foi o vencedor da edição, o escritor e economista Bruno Liberal.

Radicado em Petrolina, o autor goiano era quase inédito na época do concurso: havia publicado meses antes do resultado sua primeira obra, o livro de contos Sobre o tempo. Se a procedência de Bruno era o Sertão do Estado, um dos fatos que chamou atenção dos organizadores foi justamente a ausência de temáticas e trejeitos já gastos do regionalismo. Olho morto amarelo (Cepe Editora, 96 páginas) não vai na contramão de criar contos urbanos, na verdade, o que impressiona no texto é como dialoga com situações e sensações próprias da vida contemporânea.

“Assim que saiu o resultado do prêmio me perguntaram se Olho morto amarelo era sobre o cangaço”, conta o autor ao JC. “Acho essa expectativa natural, mas não sinto uma pressão em cima disso. Tenho até vontade de fazer uma obra relacionada com a cultura regional, mas preciso amadurecer minha escrita para conseguir seguir esse projeto.” Na verdade, como ele bem ressalta, boa parte das suas tramas circulam principalmente em geografias internas dos personagens, em detrimento de uma paisagem específica.

A elipse e o corte têm papel fundamental na sua prosa. “Acredito que o conto precisa de algumas brechas de ar para respirar fora do papel. Esses cortes podem aparecer para criar uma atmosfera de estranhamento e respiro, para despertar no leitor uma reflexão sobre esse universo particular do conto”, explica.

O resultado muitas vezes é um ambiente estranho, mesmo dentro das situações cotidianas. “Acho que esse é o meu ponto de vista da realidade, a forma como enxergo o mundo. Esse estranhamento é uma espécie de câmera lenta sobre a vida e faz parte do meu olhar para os acontecimentos cotidianos”, descreve. “Gosto de escrever sobre esses instantes que parecem significar algo além do que uma observação bruta pode mostrar. Minha matéria-prima principal são as escolhas que fazemos na vida para atender a um contexto de realidade imediata e como isso nos afeta no futuro.”

Leia a matéria completa na edição de domingo (9/3) do Jornal do Commercio.

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