O poeta maranhense Ferreira Gullar, de 84 anos, foi eleito nesta quinta-feira (9) para ocupar a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL). O titular anterior da cadeira era o poeta e tradutor Ivan Junqueira, morto no dia 3 de julho deste ano.
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Gullar obteve 36 dos 37 votos possíveis - houve um voto em branco. Votaram 19 acadêmicos presentes, e 18 por cartas. Os ocupantes anteriores da cadeira 37 foram: Silva Ramos - que escolheu como patrono o poeta Tomás Antônio Gonzaga -, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand e João Cabral de Melo Neto.
TRAJETÓRIA
Dono de uma das principais trajetórias da nossa escrita, Gullar nasceu José Ribamar Ferreira, na cidade de São Luiz do Maranhão. Foi para o Rio de Janeiro nos anos 1950, fez parte do concretismo e, depois, rompeu com o movimento dos irmãos Campos, tornando-se parte dos neoconcretos.
Engajado, o poeta fez parte do Partido Comunista Brasileiro e foi preso durante a ditadura militar, depois do AI-5, em 1968. Nos anos 1970, exilou-se no do país, vivendo na Rússia, no Chile, no Peru e na Argentina.
Sua poesia, sempre tentando captar o espanto com algum aspecto da realidade ou da linguagem, tem como um dos pontos altos o Poema sujo, de 1976, um marco na poética nacional.