O acadêmico e escritor Marco Lucchesi foi reeleito hoje (6), por unanimidade, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) para o ano de 2019, em sessão ordinária fechada ao público e realizada no Petit Trianon. Compõem ainda a nova diretoria os acadêmicos Merval Pereira, secretário-geral; Ana Maria Machado, primeira-secretária: Edmar Bacha, segundo-secretário: e José Murilo de Carvalho, tesoureiro.
Ao final da sessão, foram anunciados os diretores eleitos, seguindo-se a cerimônia de incineração das cédulas. A posse será na quinta-feira (13), às 17 h, também no Petit Trianon.
Em entrevista à Agência Brasil, Lucchesi disse que, em sua nova gestão, pretende aprofundar algumas questões, como as normas da casa no que se refere à língua e à literatura. Lucchesi quer também aprofundar as relações internacionais da Academia, “com uma série de protocolos e convênios”.
O presidente reeleito disse que este ano, a ABL assinou convênio com a Marinha do Brasil, “levando os livros para os países da CPLP [comunidade dos países de língua portuguesa], para as bibliotecas nacionais”. A primeira remessa foi destinada a Moçambique. Foram firmados também acordos com as academias de Letras da Espanha e Alemanha, entre outros países.
Ações sociais
Lucchesi quer dar seguimento às ações sociais da ABL, trabalhando com doação de livros em escolas localizadas em zonas conflagradas no Rio de Janeiro e também em unidades socioeducativas e prisões.
“Nós fizemos um trabalho contínuo de atendimento ao social porque o que nos interessa muito é fazer com que o nosso país dialogue cada vez mais e o livro não seja um fenômeno reduzido para poucas pessoas, nem a leitura tampouco. Esse tem sido o nosso esforço e a gente espera ampliar em 2019 esse rol de projetos”.
O acadêmico disse também, de modo particular, que a ABL pretende fazer uma defesa da literatura e do livro, de tal modo que possa ser estabelecido no Brasil um “elemento absolutamente necessário, símbolo nacional da liberdade de expressão, da liberdade artística e da liberdade de cátedra”. Lucchesi disse que sem a defesa da liberdade, “a gente não terá uma experiência profunda nem do livro, nem da leitura, que se baseiam na liberdade do pensamento, da criação e da palavra”.