Com direito a uma enfática defesa da importância dos maracatus e da cultura popular, o músico Siba fez na sexta (26/6) o lançamento no Recife do seu último disco, De Baile Solto. Ele tocou principalmente canções do disco novo para um bom público no Teatro Santa Isabel. Neste sábado, há uma nova apresentação, às 21h, no mesmo local. Os ingressos custam R$ 40 e R$ 20 (meia), vendidos na bilheteria.
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No show, Siba mostrou como o disco reverbera um lado mais político de sua trajetória. A primeira faixa do show, Marcha Macia, critica o crescimento urbano sem critério, referindo-se ao projeto Novo Recife. Quem é Ninguém, por sua vez, fala do consumismo e da desigualdade.
A melhor afirmação política, no entanto, veio da união das novas faixas, que renovam e reinventam o baque solto da Zona da Mata para guitarras, tubas, percussão e bateria, com o discurso contra a reiterada perseguição ao maracatu e à cultura popular. Siba lembrou a história de proibições desde os anos 1930 até os últimos desmandos, como o toque de recolher para as sambadas e a lei que proíbe manifestações culturais na rua após às 22h. "A melhor definição do que é maracatu eu escutei dos mestres: é um indío africano. Por isso sempre sofre preconceito", atestou o cantor.
Com canções de outros discos, como Bagaceira e Meu Time, Siba fez um show que apela para belos momentos instrumentais, também. Suas guitarras, desde Avante, têm um timbre poderoso, que funcionou muito bem no palco com elementos do baque solto e outros ritmos populares.