FREVO

SpokFrevo Orquestra celebra Naná Vasconcelos no lançamento de Frevo Sanfonado

Spok adiantou que próximo disco será em parceria com Edu Lobo

JOSÉ TELES
Cadastrado por
JOSÉ TELES
Publicado em 21/03/2016 às 9:10
Leitura:

Mais do que um concerto de frevo, temperado com sanfona, foi uma celebração à música pernambucana o que a Spokfrevo Orquestra apresentou, sexta e sábado, no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. Sem faltar uma reverência a Naná Vasconcelos numa interpretação sanfonada do Trenzinho do Caipira (Villa-Lobos), e ao baião, com cinco sanfoneiros improvisando em cima de composições de Dominguinhos e Luiz Gonzaga e, claro, frevo.

A orquestra do maestro Spok lançou o terceiro disco de estúdio, Frevo Sanfonado, viabilizado por edital da Petrobras, para um teatro com dois terços da lotação. O que era esperado, assim como o tão pranteado Naná Vasconcelos teve seus concertos solo vistos por muitos poucos pernambucanos, a Spokfrevo Orquestra faz mais concerto fora do seu estado natal e no exterior do que no Recife. Natural.

Beto Hortiz, Gennaro, Dudu do Acordeom, Jonathas Malaquias, e Julio Cesar foram os cinco sanfoneiros agregados à SFO no disco e no palco, com uma abertura que repassou alguns frevos do disco anterior, Ninho de Vespas, até adentrar no repertório do novo disco. Antes disto, o maestro Spok antecipou uma novidade. O próximo CD da SFO será de composições de um pernambucano nascido no Rio, Edu Lobo, cuja obra, desde o início é pontuada por frevos. Um desses, Frevo Diabo, incluído no show.

Spok conta que mostrou a Edu o arranjo que fez para Frevo Diabo (também de Chico Buarque), e ele não apenas provou como topou participar do projeto. Edu, que é filho de pernambucanos e costumava passar férias no Recife, tem vários frevos, alguns clássicos, como o frevo de bloco No Cordão da Saideira. A produção corre atrás de captação de recursos para viabilizar o projeto. A Spokfrevo Orquestra e Edu Lobo se apresentaram juntos no Marco Zero, no Carnaval de 2015.

Voltado ao show: retomando uma tradição dos discos instrumentais de forró, que atingiu requintes melódicos e harmônicos com Sivuca e Dominguinhos, os sanfoneiros convidados e a SFO mostraram a interação entre sanfonas e metais, com os frevos premiados de Beto Hortiz (Capibarizando e Que Saudades de Seu Domingos), de Gennaro (Sax Sanfona), Maluvida (do guitarrista da SFO, Renato Bandeira), com Julio César na sanfona solo, até chegar Frevo Sanfonado (Sivuca), e Onze de Abril (Dominguinhos), incorporada há mais de cinco anos ao repertório da SFO.

Inevitavelmente, o concerto terminou com Vassourinhas, sanfonas, a SFO e uma canja dos passistas Wilson, Ferreirinha e Maria Flor, a Cia Frevo Eterno.

Últimas notícias