Há 15 anos, o mês de junho tem um evento que se tornou tradição no calendário pernambucano. O São João da Capitá realiza, nesta sexta (10) e sábado (11) no Classic Hall, sua 15ª edição, uma maratona de shows com mais de 40 atrações, dentro e fora da casa de espetáculos, que reúne artistas tanto tradicionais da época junina quanto os que também estão nas paradas de sucesso.
A festa é frequentada por um público maciçamente mais jovem. Por isso, o JC conversou com algumas das atrações do evento para saber quais as lembranças da época junina de quando estes artistas eram mais novos. Para Sâmya Maia, vocalista da banda paraibana Magníficos, as lembranças juninas se resumem aos tempos de escola: “Eu lembro muito das minhas festas de colégio. Porque quando fiquei mocinha, comecei a cantar e trabalhar em banda aos 13 anos. Naquela época, dancei quadrilha por uns três anos, com aqueles vestidões enormes e sempre era uma grande emoção”, relembra.
Xand Avião e Solange Almeida, da potiguar Aviões do Forró, também tem boas recordações: “Como sou do interior da Bahia e lá o São João é muito tradicional, me lembro que sentávamos na calçada para assar milho na fogueira e ajudar minha mãe no preparo das comidas típicas. E ainda concorria ao concurso de Rainha do Milho da escola”, relembrou Sol. Já Xand nunca esqueceu da trilha sonora: “No período junino ouvia muito Mastruz com Leite e Chiclete com Banana que, como muitos não sabem, na época também tocava forró, não só axé. E a música Olhinhos de Fogueira, da Mastruz, tem uma letra perfeita que retrata uma noite de São João”, revelou.
O homenageado do São João da Capitá 2016 é o cantor cearense Wesley Safadão. Para ele, a música mais marcante do período junino está na voz do Velho Lua: “A cara do São João pra mim é a música Olha pro Céu do mestre Luiz Gonzaga. Ela retrata muito bem o período junino e é uma música linda”, disse Wesley, que enfrenta uma intensa maratona de shows.
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Além dos artistas que estarão no Palco Principal, é na Sala de Reboco onde se concentra o forró mais tradicional. Nando Cordel, por exemplo, confessa ajustar o repertório nessa época para inserir as músicas mais juninas. “Invisto mais no xote, no baião e forró para o público dançar agarradinho”, contou o compositor de 32 anos de carreira.
Petrúcio Amorim, que curtia o São João de sua juventude em Vassoural, Caruaru, revela qual a música mais marcante: “Quando eu ouvi o Trio Nordestino cantando Petrolina Juazeiro (de Jorge de Altinho), eu estava começando a entender o que era o forró”, afirmou.
Já Geraldinho Lins, no evento há seis anos, estreia na Sala de Reboco e relembra o São João em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco: “As cores, o cheiro das comidas típicas e a animação são inesquecíveis”, disse o cantor.