
Quem toca os clarins, quem dança frevo na rua. O homem que dá vida ao Mateus e a mulher que é a Dama do passo no maracatu. Com foco no Carnaval que acontece fora dos palcos, Fred Jordão fotografou várias pessoas durante a festa e mostrou uma série de obras na exposição Carnaval de rua, em 2013, na Arte Plural Galeria. O trabalho continuou sendo desenvolvido e chegou a Lisboa, onde hoje, na Casa da América Latina, a mostra Carnaval de rua do Recife é inaugurada com novidades em relação a original. Foram substituídas seis imagens e criados vídeos, trilha sonora e um zootrópio (ao girar o cilindro do aparelho, o público observa os movimentos de um passista).
O VJ Mozart, o autor da trilha e dos vídeos, apresenta-se hoje na abertura da mostra. Os vídeos foram criados com imagens de Carnaval do acervo de Fred. A trilha, a partir da combinação de gravações caseiras, discos de agremiações e composições cedidas pelos DJs Incidental e 440. "Por meio de sons e imagens tentamos encontrar uma harmonia entre esses dois universos. Afinal é isso que gostaríamos de ver no Carnaval - mais harmonia entre as linguagens mais modernas e as mais tradicionais. No espaço, no respeito e no investimento. Vamos Samplear o Carnaval do Recife" afirma Fred.
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Segundo o fotógrafo, a proposta é que a mostra tenha cada vez mais música e movimento. "Estou tentando melhorar a acessibilidade da exposição para pessoas com necessidades especiais, como um projeto de audiodescrição e imagens em relevo. Espero que essa parte esteja pronta para a próxima cidade, assim como a possibilidade de incorporarmos outras ideias que ainda estamos gestando. O VJ Mozart tem sido um grande parceiro nessas ideias. Estamos buscando uma interação cada vez maior com o público, de forma que ele seja um participante ativo, como é o caso do zootrópio, que precisa da ativação pelo visitante", completa.
"O zootrópio veio de uma sugestão do VJ Mozart de realizar sua oficina de animação durante nossa estadia aqui em Lisboa. Queríamos mostrar um pouco mais do frevo, o movimento da dança. E foi aí que pensamos em botar o frevo no zootrópio, que nada mais é do que um brinquedo óptico. Foi então que chamamos o bailarino Ribeiro Jr. para fazer uma sessão fotográfica e montamos a sequência chamada Decifrando o frevo. Romildo Roma já estava trabalhando no projeto conosco. Então ele construiu a máquina, que é totalmente artesanal", explica.











