Entrevista

"Acho que cumpri a missão", diz secretário de Cultura Marcelo Canuto

Em entrevista, discorre sobre o futuro, avalia a secretaria e fala das principais ações

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 11/10/2014 às 6:51
Igo Bione/Divulgação
Em entrevista, discorre sobre o futuro, avalia a secretaria e fala das principais ações - FOTO: Igo Bione/Divulgação
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Marcelo Canuto, secretário de Cultura do Estado, ainda não sabe se vai continuar à frente da pasta na gestão Paulo Câmara. “Isso é um assunto que vai ser discutido a posteriori”, afirma ele, que assumiu o posto em outubro, substituindo o artista Fernando Duarte. Homem de confiança do PSB, Canuto encerra um ciclo daqui a dois meses. Em entrevista, discorre sobre o futuro, avalia a secretaria e fala das principais ações.


AVALIAÇÃO - Acho que cumpri a missão que o governador Eduardo Campos me deu e conquistei a confiança do governador João Lyra. (...) É uma área que não é fácil. Tem uma diversidade muito grande a ser atendida. Além disso, há um debate muito rico, e com as mídias sociais isso cresceu muito. Tudo tem uma repercussão, o que é bom. Isso ajuda a alimentar a cobrança permanente. (...) Acho que a valorização (da cultura) começou com o incremento orçamentário; depois, reconhecendo a diversidade que Pernambuco tem. A gente fechou esse ciclo bem fechado; termina estável. Se você olhar bem, toda a transição que existiu, até a de Fernando (Duarte, ex-secretário de Cultura do Estado, que saiu da pasta em outubro de 2013) para mim, foi muito tranquila. (...) A tranquilidade é fruto de ter uma política desenhada, despersonalizada. (...) Foi uma construção, fomos aperfeiçoando em alguns modelos. (...) A gente termina os oito anos com a consolidação de uma política. 

VERBAS - Esse é um debate que tem de ser feito pelo novo governo. Tem o viés da política cultural, que deve ser feito por quem vai estar sentado na Secretaria de Cultura e Fundarpe; e tem também o viés orçamentário. É um novo governo, por mais que seja um governo de continuidade, haverá novas definições e metas. Então, é um debate que deve ser feito pelo novo governo. A Lei de Incentivo Fiscal (proposta no programa de governo de Paulo Câmara) é algo que Pernambuco estava precisando. A gente defende isso, inclusive. A gente colaborou nesse projeto (de governo de Paulo Câmara) e defendemos isso. Várias empresas privadas não entram aqui porque nós não temos essa lei. É uma oportunidade a mais, sem diminuir o Funcultura. Ele vai se somar. 

PATRIMÔNIO - A sociedade está muito mais presente neste debate (sobre o patrimônio imaterial e material). É um debate relativamente novo, conceitualmente. (...) O que é claro é o seguinte: não dá para ficar dando as costas para o assunto. (...) E não é uma coisa só de Pernambuco. Há uma demanda da sociedade muito grande de preservação, ao mesmo tempo em que a presença do capital é muito forte, em todo canto, e respaldado legalmente. É um desafio de todas as gestões. Tem que colocar no debate. 

Confira a agenda de ações e eatividades da Fundarpe e Secult-PE até o final de 2014:

FUNDARPE - A Fundarpe claramente assumiu a maneira de ser a guardiã da cultura do nosso Estado. E da cultura mais popular, enraizada. É importante que a gente profissionalize os funcionários, para dar um salto de qualidade da administração à política cultural. (...) Todo órgão quer concurso. (...) Acho que chegou a hora. A Fundarpe roda bem, mas chegou a hora. Você precisa ter a modernização. O que você mais cobra do Estado hoje é o quê? Que ele tenha transparência, que ele tenha dinâmica, que ele chegue na ponta com mais rapidez. E isso só se faz com a modernização. Modernizar a Fundarpe com uma estrutura pessoal e de equipamento vai ser muito bom. (...) Algumas áreas da Fundarpe precisam ter concurso, como jurídico, arquitetos, financeiros, que são fundamentais para o processo andar, para fazer notificações. Outras, precisam ser ressignificadas, como produção.

48º SALÃO - Esse Salão (das Artes Plásticas) realmente vamos ficar devendo. O que aconteceu é que quando assumimos aqui fomos fazer um balanço e vimos que o salão tem uma complexidade na execução que não é pequena. (...) Pagamos 26 projetos contemplados, totalizando R$ 350 mil. Mas a gente não encontrou um espaço físico ideal para poder receber os 26 projetos, e a estrutura envolve muitas outras coisas. Depois, quando fomos orçar, estava em torno de R$ 900 mil, fora os R$ 350 mil. Aí tiramos (Félix) Farfan e colocamos Luciana Padilha para tentar uma nova construção. Luciana mergulhou, entre outros projetos, neste salão. Mas houve a repactuação orçamentária dentro do Governo. Todas as secretarias passaram por readequação. A gente precisava fazer licitação para cada item. Entrou a Copa do Mundo, mudança de governo, eleições... E para completar, Luciana saiu. Enfim, não foi possível. O que estou fazendo é preparar todo o catálogo, deixando bem desenhado. E vamos tentar construir na nova gestão esta execução. Para fazer um Salão acanhado, sinceramente não queria fazer. Reconheço que vai ser um dos poucos itens que não vou conseguir executar. 

Leia a entrevista completa no Caderno C deste sábado (11).

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