DOMINGO

Cais do Sertão comemora primeiro aniversário com festa

Apresentações musicais e intervenções artísticas fazem parte da programação preparada para a data

Do JC Online
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Publicado em 25/04/2015 às 7:35
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Apresentações musicais e intervenções artísticas fazem parte da programação preparada para a data - FOTO: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Com apresentações culturais espalhadas ao longo do dia, o Cais do Sertão celebra neste domingo (26/4) seu primeiro ano de funcionamento. Neste período, segundo os dados divulgados pela equipe do museu, mais de 110 mil pessoas visitaram o primeiro módulo do espaço cultural, no antigo Armazém 10 do Porto do Recife (a segunda parte do museu permanece em construção). Shows, performances e uma homenagem ao Mestre Camarão estão programados para dia. As ações previstas para os próximos meses foram pensadas de acordo com as duas temáticas destacadas no recorte curatorial do Cais do Sertão em 2015: a literatura sertaneja e o Rio São Francisco.

"Existe um plano museológico que o Cais do Sertão tem, aprovado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e dentro dele definimos as diretrizes de trabalho.Não há condições de trabalhar todos os eixos em um ano só. Por isso, estabelecemos recortes que são distribuídos entre as nossas ações", explica o coordenador de conteúdo do Cais, Mário Ribeiro.

"Neste ano, por exemplo, em março e abril, tivemos uma formação para professores de língua portuguesa e artes sobre literatura de cordel. Teremos mais uma turma para outro público de professores. Podemos trazer especialistas em literatura de cordel, pesquisadores sobre a obra de Ariano Suassuna, que será um dos homenageados do mês de junho", cita Mário.

A cada dois meses, uma pessoa diferente é homenageada. O compositor Zé Dantas foi celebrado em fevereiro e, em abril, foi a vez do músico Arlindo dos Oito Baixos. Depois de Ariano Suassuna, em junho, o ciclo continua com Jackson do Pandeiro.

"Em maio teremos a Semana de Museus, com o tema Museus para uma sociedade sustentável. Convidamos um pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que pesquisa os impactos da transposição do Rio São Francisco, André Monteiro (o nome do projeto é Estudos Ecossistêmicos dos Territórios e Populações Vulnerabilizadas na área de Abrangência do Projeto de Integração do Rio São Francisco). Queremos realizar dois dias de seminário. Além de trabalharmos com este tema, vamos ter uma oficina de áudio-descrição para educadores de museus e espaços culturais", continua o coordenador.

"O museu é um espaço de formação, sobretudo. A gente quer difundir a produção cultural do semi-árido e essa riqueza que se apresenta. Não só no conteúdo expográfico, mas também nas atividades como apresentações musicais, palestras e seminários", resume.

Além dos projetos promovidos pela própria equipe, como o Conexão Cais e o Do rap ao repente, o museu também celebra o nascimento de Luiz Gonzaga e realizados ações em parceria, como a 10ª Vigília Gonzaguiana (em agosto, homenageando Luiz Gonzaga), a Janela Internacional de Cinema do Recife e o Festival VerOuvindo (que promove a acessibilidade no cinema).

Como parte deste projeto, o Cais do Sertão também realiza ações fora das suas instalações no Bairro do Recife. "Os filmes que são exibidos aqui levamos para outros espaços culturais, como o Parque Santana e o Parque Urbano da Macaxeira, no segundo jardim de Boa Viagem também, quando teve uma programação de cinema na praia. Para este ano estamos fazendo parcerias para difundir esse conteúdo cinematográfico também. Estamos nos articulando com a Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) e a comunidade da Ilha de Deus", adianta Mário. 

Sobre o perfil dos visitantes, ele comenta: "Em 2014, recebemos mais de 110 mil visitantes, destes, cerca de 16 mil são estudantes de rede pública e privada. Os meses mais expressivos são os de férias. No último mês de janeiro foram mais de 22 mil visitantes.Entre essas escolas, há um grande número de turmas do interior do Estado. A gente extrapola fronteiras do litoral, da capital. É muito gratificante para a gente chegar aqui e encontrar ônibus de cidades como Caruaru, Bezerros, Ouricuri".

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CELEBRAÇÃO

No domingo (26), logo que o museu abrir, o público poderá encontrar intervenções artísticas nos "territórios" do espaço expositivo, que é como são chamadas as áreas da mostra dedicadas a temas como "viver" e "trabalhar". Este tipo de ação costuma ser feito mensalmente no Cais do Sertão, no segundo domingo do mês. Dois atores interpretarão personagens. No "cantar", por exemplo, um artista que faz vitrine viva nas ruas vai apresentar músicas de Luiz Gonzaga.

"Eles interagem com o público e falam sobre o conteúdo do museu, é uma das maneiras de dinamizar, interagir e mesclar diferentes linguagens. Trabalhamos com teatro, cinema, música e dança no mesmo espaço", comenta Mário.

À tarde, por volta das 15h, o público será recebido com a apresentação de um trio pé-de-serra. Depois da exibição do vídeo com o balanço das atividades no primeiro aniversário e do lançamento de um catálogo, será feita uma homenagem ao Mestre Camarão, que era uma das atrações do evento, mas faleceu na terça-feira passada. O artista será celebrado com a presença dos filhos dele e um grupo de sanfoneiros. Haverá também apresentações do grupo de bacamarteiros Batalhão 56, de Riacho das Almas.

A Orquestra Sanfônica de 8 Baixos, de Santa Cruz do Capibaribe, sobe ao palco por volta das 18h30. Regida pelo maestro Rubinaldo Catanha, ela é formada por dez sanfoneiros e músicos que tocam zabumba e triângulo. Depois, a cantora Bia Marinho vai cantar sucessos de Luiz Gonzaga. A programação termina com a apresentação do grupo Bongar, que às 20h mostra o show 29 de junho, com o qual a banda homenageia os 50 anos da festa do Coco de Mãe Biu, da Xambá, em Olinda.  

 

O SEGUNDO MÓDULO

A outra parte do Museu Cais do Sertão terá salas de exposição temporárias e auditório para 280 pessoas, além de espaços para oficinas e cursos e áreas de convivência como um restaurante e um café. "Não estamos trabalhando com prazos pois a obra, sob responsabilidade do Porto do Recife, está em processo de redefinição das fontes de financiamento. A expectativa é de que a parte estrutural seja concluída ainda este ano, uma vez que as obras civis já foram finalizadas. Restam as instalações hidráulicas, elétricas e de equipamentos", situou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.

Na mesma nota, foi informado que as verbas para a realização do segundo módulo do Cais do Sertão devem ser provenientes do Programa Regional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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