A junção das pastas de Educação e Cultura não é novidade para o ministro Mendonça Filho. No governo Jarbas Vasconcelos, do qual foi vice-governador e, depois, sucessor, as duas áreas estavam sob o mesmo guarda-chuva. Estavam juntos, porém a gestão executiva eram independentes. Essa experiência pode lhe ajudar a enfrentar a resistência da classe artística à sua gestão e à fusão das duas pastas por Michel Temer, que motivou de uma carta aberta contra o fim do Ministério da Cultura.
“Mendonça Filho é um político muito tranquilo. É uma pessoa sensível, atento e sempre com disposição ao diálogo. Quando foi governador, nós tí- nhamos despachos duas vezes por semana. Ele estava muito empenhado com a causa da cultura”comentou Bruno Lisboa, ex-presidente da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco, que era o braço operacional da Secretaria de Educação e Cultura de Pernambuco, na época tendo como titular Mozar Ramos Neves, com quem despachava com frequência. "A relação era muito boa. Mozart tinha grande compreensão do papel da cultura", elogia Bruno Lisboa
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O ex-presidente da Fundarpe acredita de o novo ministro terá sucesso a depender da prioridade que ele for dar à Cultura. O maior desafio de Mendonça Filho, no entender de Lisboa, vai ser garantir recursos para a Cultura.
“O financiamento para a cultura ainda é o maior problema. A área sempre teve dificuldade de conseguir verbas.” Bruno Lisboa aponta como prioridades para Mendonça Filho a aprovação da mudança na Lei Rouanet, com a descentralização dos recursos para os Estados, e a aprovação da PEC 421, que estabelece um piso constitucional para investimentos em cultura nas três esferas de governo: municipal, estadual e federal, de 1,5%, 1,5% e 2%, respectivamente, à espera de aprovação no Senado.