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Artistas comentam escolha de Roberto Freire para o MinC

Após renúncia de Marcelo Calero, pernambucano vai comandar pasta da cultura

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Publicado em 18/11/2016 às 21:43
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Após renúncia de Marcelo Calero, pernambucano vai comandar pasta da cultura - FOTO: Reprodução
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Após a renúncia de Marcelo Calero e o anúncio de Roberto Freire (PPS) como novo ministro da Cultura, nesta sexta-feira (18), a classe artística começa a se manifestar sobre os acontecimentos. A pasta tem sido alvo de manifestações desde o processo de interinidade do governo de Michel Temer, quando chegou a ser extinto.

Os artistas ouvido pelo JC afirmam que a gestão de Marcelo Calero não foi marcante. A maioria também afirma ver com pesar a escolha de Roberto Freire para o cargo, pois afirmam que ele não tem ligação com a cultura. Confira alguns depoimentos sobre a escolha de Roberto Freire para o cargo:

“O governo Temer mostra que há sempre mais punhais escondidos. Esses punhais, como Roberto Freire, Cristovão Buarque, toda uma escola de política, digamos, da traição, ainda podem se perpetuar muito nesse governo provisório do Temer. Pena que nós tenhamos que admitir isso. No entanto, eu vejo que a classe artística está muito mais preparada para enfrentar esse desafio sem precisar de nenhum desses caras, tentando utilizar saídas mais positivas para a cultura brasileira. De fato, uma das grandes falhas nesses governos totalitários como o do Temer é não levar em consideração a voz popular - se ouvisse, certamente, o senhor Roberto Freire não seria lembrado sequer para o cargo de síndico”, critica Sidney Rocha, escritor

“Roberto Freire sempre teve muita vinculação com a cultura pernambucana. Depois foi para São Paulo e virou senador por lá, mas tem muito conhecimento sobre a vida cultural daqui - seu filho, João, é ator. Todo mundo sabe que não dou apoio nenhum ao governo Temer, mas, no caso de Roberto Freire, só posso esperar que ele atue como um gestor cultural de alto nível. Como será eu já não sei”, pondera Raimundo Carrero, escritor.

"Não houve gestão anterior. Tudo que resta do ex-ministro é que o cara gostava de tirar selfie e lamento que Roberto Freire esteja neste cargo. É a prova de que eles não entendem nada. Em qualquer lugar do mundo o Ministério da Cultura é central, tanto simbolica quanto economicamente. É um cenário triste", de Helder Aragão, o DJ Dolores.

"Estou chocado. Colocar Roberto Freire no cargo é um escândalo. É fazer arranjo de força política e acomodar aliados para passar PECs absurdas, reforma da previdência e outras atrocidades. Transformaram o MinC em um balcão de negócios. Agora, mais do que nunca, temos que fazer oposição cerrada. Meu único alento é que esse governo tem cometido tantos equívocos que a mobilização contra ele se torna quase inevitável. Os trabalhadores da cultura e a população precisam se unir contra esse absurdo", pontua Márcio Marciano, diretor do Coletivo de Teatro Alfenim.

"Nada que venha de um governo golpista será bem-vindo. A atuação de Calero foi pífia e só será lembrada pela perseguição absurda a Aquarius, minando um dos filmes mais brilhantes que tivemos recentemente. No governo Temer vale a máxima: nada é tão ruim que não possa piorar. Duvido que Roberto Freire vá fazer algo de interessante pela cultura", afirma Giordano Castro, ator do Grupo Magiluth.

PESSOAL

Em carta, Marcelo Calero afirmou que sua saída se deu por "questões pessoais". "Saio do Ministério da Cultura com a tranquilidade de quem fez tudo que era possível fazer, frente os desafios e limitações com os quais me defrontei", escreveu. 

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