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Governo suspende nomeações dos presidentes da Fundação Palmares e Iphan

As decisões foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na noite de quarta-feira (11)

JC Online com agências
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Publicado em 12/12/2019 às 11:18
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As decisões foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na noite de quarta-feira (11) - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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O governo suspendeu a nomeação do jornalista Sérgio Nascimento de Camargo da Fundação Palmares, e tornou sem efeito a nomeação de Luciana Rocha Feres para a presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As decisões foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na noite de quarta-feira (11).

Luciana havia sido nomeada no início da quarta, em ato que saiu na edição ordinária do DOU, após articulação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, chefe da pasta onde a secretaria especial de Cultura e suas entidades vinculadas como o Iphan estão alocadas desde novembro. Feres é arquiteta e urbanista, professora e consultora na área de patrimônio cultural. Segundo seu perfil em redes sociais, a nova presidente do Iphan também é doutoranda em "ambiente construído e patrimônio sustentável" na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A nomeação havia sido a primeira de perfil mais técnico na nova estrutura da gestão cultural do governo, após a série de indicações de cunho ideológico e conservador promovidas pelo secretário especial de Cultura, Roberto Alvim. Ela já ocupou cargo de direção na Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Márcio Lacerda (ex-PSB), que foi prefeito da cidade até 2016, e de gerente cultural no Sesc de Minas Gerais. 

Fundação Palmares

A nomeação de Sérgio estava suspensa desde o dia 4 de dezembro, por determinação da Justiça Federal do Ceará, mas o governo havia recorrido da decisão. Ele teve falas polêmicas, como que o Dia da Consciência Negra precisava acabar. 

Para Camargo, a data foi criada pela esquerda para "propagar o vitimismo". "Claro que tem que acabar o Dia da Consciência Negra, que é uma data da qual a esquerda se apropriou para propagar vitimismo e ressentimento racial. Isso não é uma data do negro brasileiro. Isso é uma data de minorias empoderadas pela esquerda, que propagam o ódio, ressentimento e a divisão racial", afirmou.

Ele é militante conhecido entre os bolsonaristas, famoso por negar que existe racismo no Brasil. Ele também defende o fim do movimento negro no país. Nas redes sociais, ele tem uma postura de gerar polêmicas, atacando personalidades negras e militantes conhecidos. Camargo já falou que a escravidão foi benéfica aos negros, já que, diz, eles estão melhores no Brasil do que estariam na África. 

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