O Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades nasce como um espaço que dialoga com três tempos: passado, presente e futuro. Localizado no Centro Cultural Oi Futuro, no Flamengo (RJ), o espaço é considerado uma evolução do Museu das Telecomunicações, que funcionou por 13 anos, e propõe ao visitante vivências interativas, imersivas, e experiências únicas a partir de um modelo de personalização de conteúdos.
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Para conceber o novo espaço, a equipe do Oi Futuro queria entender o que o público desejava dos museus. O instituto, então, fomentou a pesquisa Narrativas para o Futuro dos Museus, lançada nacionalmente em maio de 2019, que entrevistou frequentadores desses espaços culturais e também aqueles que afirmavam não ir aos equipamentos. Para 50% dos participantes, essas instituições eram espaços para se visitar apenas uma vez, onde se guardavam “coisas antigas”.
A pesquisa apresentou, também, tendências para a área, como a de ter um acervo dinâmico, a fim de atrair o visitante mais de uma vez; o efeito surpresa, gerando encantamento na visita; e, especialmente, colocar o público como participante, no centro do museu. Todos esses elementos foram incorporados no desenvolvimento do Musehum, que passou por uma reforma de seis meses e, agora, reabre com novo perfil de conteúdo e estrutura.
“A princípio, tínhamos o Museu do Telephone (em 1981). Em 2007, virou o Museus das Telecomunicações, mas hoje entendemos que não se trata do objeto ou do meio em si, mas de um conceito mais abrangente. É um museu, vivo, que se renova e que depende das pessoas, desse protagonismo do ser humano, para se realizar. Nosso museu, hoje, é sobre a nossa história, mas não só olhando para o passado. É sobre o que estamos vivendo e vamos viver”, enfatizou a presidente do Oi Futuro, Suzana Santos.
ACERVO VIVO
Com um acervo de mais de 130 mil peças, o museu oferece um passeio pelo desenvolvimento das comunicações a partir da perspectiva das relações humanas. Em exibição, estão desde fichas telefônicas de 1900 até modelos de telefones e celulares, computadores e o arquivo rotativo analógico utilizado pelas telefonistas nas primeiras décadas do século 20. No Musehum, esse conteúdo pode ser explorado para além do que está em exposição: por meio de quatro grandes monitores sensíveis ao toque, o visitante pode navegar por playlists de peças da coleção, escolhidas a partir de assuntos ou épocas específicos, selecionadas pela curadoria do museu. Esses conteúdos podem ser constantemente renovados.
“Nosso desafio é correr atrás desse indivíduo do século 21 e entender como ele pode ser tocado pelas tecnologias que apresentamos. Essas novas configurações nos possibilitam experimentar conteúdos e dialogar com as outras atividades do centro cultural, como exposições”, explicou Roberto Guimarães, gerente executivo de Cultura do Oi Futuro. “Apresentar o Musehum, para nós, é uma alegria, uma boa notícia após tantas ruins envolvendo os museus.”
Agora integrado às outras partes do Centro Cultural (antes havia portas separando-os), o museu teve investimento de R$ 3 milhões na reformulação, com recursos da Oi e do Ministério da Cidadania, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Logo no primeiro piso do Oi Futuro – expandindo, portanto, os limites do museu – o visitante pode interagir com uma obra que tem sido chamada de “Super-selfie”. Nela, o público pode tirar uma selfie que gira uma foto 3D, projetada em grandes proporções em um painel.
No museu em si, entre as novidades está uma cápsula espelhada, na qual só é possível entrar acompanhado (em grupos de no máximo quatro pessoas) e que trabalha com experiências de luzes, sons e efeitos visuais a partir dos rastros digitais dos participantes. Em outro momento, com o uso de óculos de realidade virtual, é possível fazer uma “viagem no tempo” e conhecer o passado do prédio histórico que abriga a instituição, onde há mais de um século funcionava a Estação Telefônica Beira-Mar.
* O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite do Oi Futuro.