Inflação

Venezuela acusa executivos de rede de farmácias de ''desestabilização econômica''

Ministério Público acusa rede por supostamente incorrer em irregularidades para expedir produtos de primeira necessidade

Da AFP
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Publicado em 05/02/2015 às 8:24
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Dois diretores da rede venezuelana de farmácias Farmatodo foram acusados na quarta-feira de "desestabilização econômica" e estão detidos em um prédio do serviço de inteligência nacional, anunciaram as autoridades.

"O Ministério Público decretou privação de liberdade para o presidente executivo e para o vice-presidente de operações da rede Farmatodo, Pedro Luis Angarita Azpúrua e Agustín Antonio Álvarez Costa, respectivamente, que foram detidos em 31 de janeiro por supostamente incorrer em irregularidades para expedir produtos de primeira necessidade", afirma um comunicado oficial.

De acordo com a nota, fiscais da Superintendência para a Defesa dos Direitos Socioeconômicos inspecionavam no sábado "uma farmácia da rede em Caracas, onde detectaram existiam várias caixas de pagamento que não estavam operacionais, enquanto uma longa fila de pessoas aguardavam".

A situação levou o MP a imputar os delitos de "boicote e desestabilização da economia" previstos na Lei Orgânica de Preços Justos, afirma o comunicado.

Os imputados foram detidos e colocados à disposição do Ministério Público, que determinou a transferência para o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin, polícia política).

No domingo, o presidente Nicolás Maduro anunciou que os executivos da rede Farmatodo, uma das maiores distribuidoras de remédio e artigos de higiene do país, haviam sido detidos para interrogatórios, acusados de ocultar diversas mercadorias.

A Venezuela enfrenta uma severa crise econômica, que inclui uma recessão durante 2014, uma inflação de 64% e a escassez de pelo menos um de cada três produtos básicos.

Além disso, a queda de mais de 60% do preço do petróleo ameaça piorar ainda mais as condições na Venezuela, que obtém 96% de suas divisas das exportações petroleiras e que depende fortemente das importações para garantir o abastecimento de produtos.

Mas o presidente venezuelano alega que a crise no país é uma "guerra econômica" provocada por setores da oposição de direita, interessados, segundo Maduro, em desestabilizar o governo e promover uma explosão social.

Depois da detenção dos executivos da Farmatodo, Maduro ordenou também uma intervenção na rede de supermercados populares 'Día a Día' e a detenção de seus diretores e donos, acusados de uma suposta especulação com a falta de mercadorias à disposição da população.

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