O governo da Venezuela expressou nesta terça-feira sua "rejeição categórica" às novas sanções dos Estados Unidos contra funcionários venezuelanos que Washington considera "incursos ou cúmplices de violações dos direitos humanos" ou "envolvidos em atos de corrupção".
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"O governo rejeita de forma categórica o comunicado do Departamento de Estado no qual, por meio de mecanismos lesivos de direitos humanos, reincide na violação do Direito Internacional", afirma a nota da chancelaria venezuelana.
"A reiteração das medidas coercitivas unilaterais nos termos expostos infringe a vontade de todos os governo e povos da América Latina e do Caribe", afirma Caracas, que cita o respaldo da resolução da Celac da semana passada no mesmo tema.
Na segunda-feira, o Departamento de Estado americano anunciou que o governo aumentou a lista de funcionários venezuelanos impedidos de viajar aos Estados Unidos
Estas autoridades seriam acusadas de violações dos direitos humanos e de corrupção.
"Estamos enviando uma mensagem muito clara de que os violadores de direitos humanos e aqueles que se beneficiam da corrupção e suas famílias não são bem-vindos aos Estados Unidos", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.
"Ao ignorar os repetidos apelos por mudança, por parte de governos, líderes respeitados e grupos de especialistas, o governo venezuelano continuou demonstrando uma falta de respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais", alegou Psaki, em um comunicado.
Segundo Washington, Caracas tentou "sufocar a dissidência", investindo contra manifestantes que protestam pela deterioração da situação política, econômica e de segurança.
A nota oficial aponta ainda que a corrupção está "contribuindo para a rápida piora das condições sociais e econômicas na Venezuela".
O Departamento de Estado destacou enfaticamente que as sanções "são específicas a pessoas individuais e não à nação venezuelana ou a seus cidadãos".
Na segunda-feira, o presidente Nicolás Maduro afirmou que o anúncio era uma "vulgaridade", com linguagem "ofensiva".
No comunicado desta terça-feira, a chancelaria venezuelana "lamenta a continuidade das agressões" dos Estados Unidos, "que atentam contra um diálogo de respeito que rege a atuação internacional do governo venezuelano".