Os ministros da Economia da zona do euro se reúnem nessa quarta-feira em Bruxelas para tratar o tema da Grécia, que quer colocar fim à austeridade e renegociar sua dívida, o que seus credores rejeitam.
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"O início do Eurogrupo será difícil", opinou uma alta fonte europeia. O ministro da Economia grego Yanis "Varoufakis, como (seu colega alemão Wolfgang) Schäuble partem de posições muito distantes", acrescentou.
A reunião de ministros da Economia que acontece nesta tarde em Bruxelas, véspera de uma cúpula de chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) e no dia seguinte de uma reunião do G20 em Istambul, onde o ministro alemão se mostrou inflexível e o tom subiu entre Berlim e Atenas.
O ministro grego deve apresentar nesta tarde suas propostas para um novo plano de financiamento e reformas.
"Vamos escutar o plano do ministro grego", disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ao chegar à reunião.
"Formalmente temos um programa, portanto, a primeira pergunta é como avançar com esse programa", acrescentou.
A pergunta, disse uma fonte europeia, é: "Quais são as prioridades da Grécia e como planeja financia-las?". "Esperamos que Varoufakis apresente uma posição coerente", ressaltou.
Uma fonte diplomática estimou que, segundo as informações da imprensa, "as propostas da Grécia não vão no sentido de gerar mais crescimento e reduzir a dívida mas de paliativo para um mal-estar social".
A UE insiste para que Grécia aceite as condições atuais pactuadas no âmbito do plano de resgate e peça uma extensão do programa, que termina no final de fevereiro, antes de estudar soluções sobre como reduzir sua dívida gigantesca, em torno de 175% de seu PIB.
Atenas se opõe. Não quer pedir uma extensão de seu programa e quer em troca que se crie um "programa ponte". Dentro das reformas já pactadas com seus credores propõe cumprir 70%, enquanto os 30% restantes seriam substituídos por uma série de reformas elaboradas com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Mas Berlim não quer ouvir falar de um novo programa de ajuda. "Já temos um programa de resgate", insistiu o ministro Wolfgang Schäuble na terça-feira, em referência ao segundo plano de ajuda de 130 bilhões de euros concedido à Grécia desde 2012, e do qual ainda resta uma parcela de 7,2 bilhões.
O Eurogrupo deve tomar uma decisão no máximo até 16 de fevereiro, quando os ministros da Economia dos 19 membros do bloco voltam a se reunir, uma data limite que deve permitir a vários parlamentos nacionais dar o seu aval, como a Alemanha ou a Finlândia, dois países defensores da ortodoxia fiscal.
"Os países do norte não se sentem nada afetados nem preocupados pela perspectiva de uma saída da Grécia da zona do euro", disse uma fonte próxima às discussões.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, começa a demonstrar cansaço com Atenas.
Juncker, ex-primeiro-ministro luxemburguês e ex-presidente do Eurogrupo, chamou Tsipras de "estudante dp primeiro ano de medicina" que quer fazer uma operação sem ter competência", confidenciou uma fonte europeia. Na terça-feira, a Comissão expressou seu ceticismo sobre um possível acordo com a Grécia esta semana.