Uma onda de ciberataques de novo estilo visa, desde 2013, bancos do mundo inteiro, e os russos são os mais afetados, causando perdas estimadas em quase um bilhão de dólares - é o que revela um estudo publicado nesta segunda-feira pelo grupo Kaspersky Lab.
Leia Também
A tentativa, ainda em curso, "indica claramente o advento de uma nova era da cibercriminalidade", prevê o Kaspersky nesta pesquisa, divulgada neste final de semana pelo jornal New York Times.
Segundo o laboratório russo, cerca de cem bancos foram visados, e "ao menos metade deles sofreram perdas financeiras, a maior parte na Rússia, nos Estados Unidos, na Alemanha, na China e na Ucrânia".
Se alguns sinais sugerem que a origem dos ataques está na China, a sociedade faz um alerta contra possíveis pistas espalhadas de propósito para enganar os serviços de segurança. As vítimas são majoritariamente russas.
Enquanto os ataques informáticos são utilizados de maneira crescente para fins geopolíticos, "a motivação dos atacantes (...) parece ser o ganho financeiro mais do que a espionagem", segundo o estudo. Os autores ressaltam que os autores da fraude são "claramente familiarizados com os programas e redes de serviços financeiros".
Os hackers usam um programa chamado "Carbanak" visando os funcionários dos bancos a fim de enganá-los com a ajuda de anexos por um método de "phishing". Eles conseguem então entrar na rede dos alvos, e assim acessar operações de transferência de dinheiro, caixas eletrônicos e contas bancárias.
Os autores dos ataques conseguem fazer transferências diretamente para contas controladas por eles. Seu modo de operar vai até gravar imagens de sistemas de segurança interna para seguir as atividades dos empregados visados.
Os fundos desviados foram transferidos para contas nos Estados Unidos e na China, acrescenta Kaspersky.
A empresa chama atenção para o tamanho das somas desviadas: um banco que perdeu 7,3 milhões de dólares via saques em caixas eletrônicos, outro 10 milhões de dólares via operações online.
Segundo o relatório, os hackers tentam atualmente espalhar os ataques aos países da Europa Central e Oriental, assim como ao Oriente Médio, na Ásia e na África.