A Grécia volta a defender sua causa nesta segunda-feira diante da Eurozona, com a apresentação de seu plano de reforma para obter a ajuda de que precisa desesperadamente, mas que não deve ser paga imediatamente.
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O plano de reforma proposto por Atenas em troca deste apoio financeiro adicional está "longe de ser completo, e os gregos sabem disso", declarou o chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, durante um debate organizado no domingo, em Amsterdã.
"Este é um processo complexo, que levará tempo", acrescentou, citando "propostas sérias" por parte das autoridades gregas.
O governo grego detalhou as reformas que pretende implementar, e enviou sua lista de prioridades a Dijsselbloem no final da semana passada.
As propostas incluem a reativação de um conselho fiscal "independente" para ajudar o governo com as medidas sociais e a criação de um "corpo de profissionais" para combater a evasão fiscal.
Por enquanto, a zona do euro não liberará a ajuda - cerca de 7 bilhões de euros - já que condiciona o desbloqueio da verba "a discussões com a troika e a um parecer positivo dessas instituições", lembrou o secretário de Estado alemão das Finanças, Steffen Kampeter.
Esta decisão também deve-se ao fato de a Grécia ter de honrar dívidas financeiras significativas neste mês março, especialmente no que diz respeito ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o que será difícil de cumprir.
Se os ministros da zona do euro não aceitarem as principais reformas propostas pela Grécia para desbloquear a próxima parcela da ajuda "poderá haver problemas", alertou na sexta-feira o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, em entrevista ao jornal Corriere della Serra. Ele chegou a citar a possibilidade de novas eleições, ou até mesmo a realização de um referendo sobre a dívida.
A Grécia já havia ameaçado realizar um referendo sobre o resgate econômico em novembro de 2011, provocando pânico nos mercados financeiros e a ira de seus parceiros europeus, que levaram à queda do primeiro-ministro George Papandreou.
No entanto, vários funcionários do governo grego trabalhavam nesta segunda-feira para diminuir a pressão. "Vamos encontrar uma solução", afirmou Dimitris Mardas, vice-ministro do Orçamento, sobre a ameaça de referendo.
"Vamos conversar com o Eurogrupo para chegar a um acordo com base no mandato que nos foi dado pelos eleitores, que é de não recuar. Fazemos sugestões sobre o que é constitutivo: o clientelismo, corrupção, fraude fiscal, a evasão fiscal, todos esses assuntos são unânimes", acrescentou Dimitris Vitsas, membro do partido de esquerda radical Syriza.
Desempenhando o papel de mediador, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, convocou todos os integrantes da UE a entender a gravidade da situação social na Grécia, em uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão Die Welt.
"Temos de nos certificar que a situação não continua a deteriorar-se na Grécia. O que me preocupa é que nem todo mundo na União Europeia entendeu a gravidade da a situação na Grécia", disse Jean-Claude Juncker.
Juncker deve se reunir na sexta-feira com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em Bruxelas. A nova reunião dos ministro da zona do euro ocorre no momento que o BCE inciou as compras em massa de dívida pública nos mercados, uma medida fundamental do programa destinado a revigorar a economia na zona.