Finanças

Grécia e seus sócios celebram reunião decisiva no sábado

Futuro da Grécia foi debatido em uma reunião de ministros da Economia da zona do euro, mas sem acordo

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Publicado em 26/06/2015 às 7:07
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Futuro da Grécia foi debatido em uma reunião de ministros da Economia da zona do euro, mas sem acordo - FOTO: Foto: AFP
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Os ministros da Economia da zona do euro fracassaram novamente em sua tentativa para que a Grécia e seus credores alcancem um acordo, e farão uma nova e decisiva reunião no sábado na tentativa de evitar a moratória de Atenas.

Na madrugada desta sexta-feira, ao final da reunião com seus colegas da União Europeia, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "decidimos que temos de continuar trabalhando, porque o tempo urge, e o Eurogrupo de sábado terá uma importância decisiva".

"Não podemos nos envolver em discussões técnicas, apenas podemos destacar a vontade política de chegar a uma solução, e isto ficou claro" na quinta-feira.

O presidente francês, François Hollande, considerou "que esta reunião de sábado é crucial porque estamos próximo do limite" de 30 de junho, quando vence o programa de ajuda à Grécia e um pagamento ao Fundo Monetário Internacional.

O futuro da Grécia foi debatido em uma reunião de ministros da Economia da zona do euro, mas sem acordo, e a questão dominou a reunião em Bruxelas da cúpula dos 28 países-membros do bloco.

"A discussão continua com o objetivo de chegar a uma convergência", disse o ministro grego, Yanis Varoufakis.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, prometeu que trabalhará "até o último minuto" para encontrar uma solução.

Alguns dirigentes, começando por Tsipras, se mostraram confiantes de que ao final se chegue a um acordo.

"A história europeia está cheia de desacordos, negociações e depois compromissos. Por isso, depois dessa proposta grega, completa, estou confiante de que chegaremos a um compromisso que ajudará a zona dp euro e a Grécia a superar a crise", disse Tsipras ao chegar à reunião.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, prevê que "esta história terá um final feliz". "O acordo é possível. O acordo é necessário", acrescentou Hollande, observando que "É preciso saber terminar uma negociação".

Duas propostas, criticadas

O presidente francês afirmou que "é preciso saber terminar uma negociação", ressaltando "que não há nada para ganhar deixando passar o tempo".

Os ministros tinham duas propostas sobre a mesa, uma das instituições, que incorpora alguns elementos apresentados por Atenas, e outra governo grego.

Pela manhã, Tsipras, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, e do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, não conseguiram chegar a um esboço comum, motivo pelo qual decidiram apresentar as duas versões. 

A reunião de ministros, a quarta em uma semana, durou cerca de três horas, e terminou sem resultados.

"Muitos colegas não concordaram e criticaram não só nosso texto como também o das instituições", disse o ministro grego Yanis Varoufakis.

"Os ministros estudaram as duas propostas mas com muita frustração" por não ter tempo de analisar os documentos, explicou uma fonte europeia.

IVA e aposentadorias, dois assuntos espinhosos

Os temas que causam entraves permanecem os mesmos: o nível do IVA e as aposentadorias.

Em suas propostas, as instituições credoras pedem que as aposentadorias antecipadas sejam desincentivadas e que a idade de aposentadoria seja elevada para 67 anos até 2022.

Por outro lado, pedem a unificação do IVA em 23%, salvo para comida, energia e água (13%), livros, teatro e medicamentos (6%), eliminando os descontos aos habitantes das ilhas.

Também pedem a Atenas um superávit fiscal primário (excluindo o serviço da dívida) de 1%, 2%, 3% e 3,5% do PIB este ano e os três próximos, respectivamente. A negociação complicou-se na quarta-feira entre Atenas e seus credores (Comissão, BCE e FMI), quando o governo de Tsipras rejeitou as contrapropostas apresentadas por eles.

Segundo as fontes governamentais gregas, a Grécia retirou na última hora duas propostas da lista: o aumento da tributação das aposentadorias e o pagamento do serviço de saúde também para os aposentados, socialmente muito impopulares depois de seis anos de crise e austeridade.

Os gregos tentam compensá-las com outras medidas financeiras equivalentes. As propostas gregas demandam um esforço fiscal de 8 bilhões de euros em 2015 e 2016. Cerca de 93% deste valor viria do aumento de imposto e contribuições sociais e o restante de uma redução de gastos.

A Grécia precisa de um acordo com seus credores para receber 7,2 bilhões de euros de seu programa de resgate, bloqueados desde o verão boreal passado por falta de consenso sobre as reformas e ajustes pedidos pelos credores.

Com esse dinheiro, Atenas poderá pagar ao FMI no dia 30 de junho um pagamento de cerca de 1,5 bilhão de euros, que atualmente não pode efetuar por falta de liquidez.

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